20 de dez. de 2011

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Com quanta luz se faz um sol? Vou subestimando glórias, rechaçando as memórias pra compor um verso. Vou amando menos, correndo menos, chorando menos. Acima de mim estão a bondade e a justiça travando entre si batalhas medievais. 

Ignoraram a vida no verde da paisagem. Abdicaram do prêmio enobrecido de vários tons de sutileza. O trabalho que dá fazer um velho sábio sorrir não pode ser o que faz o contrário. Quando dois sentimentos se cruzam, fica latente a confusão. Então, não dá mais tempo de criar sentimentos novos. Deixe-os chegarem em paz.

Muita boca, pouca fala. Fala nenhuma.
Muito afago, pouco afeto. Nenhum.
Tantas flores, nenhuma cor. Nenhum cheiro.
Com vontade onde falta entusiasmo.
Com carinho sem nenhuma atenção.
Tanta angústia à dor ligeira.
Cantam almas, vagam mentes.

Tua imagem não me incomoda.
Os teus filhos, não conheço.
Tua beleza me incrimina.
E o tempo passa vazio.

E o tempo se esvai. Não há como aprisioná-lo.
Não vale o risco deixá-lo passar ileso.
Muito brilho à pouco ouro.
Muita pena é pouca vaia!

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