19 de fev. de 2012

deus-ismo

Caminharei até que me mandem parar
Resistirei ao ócio que me é paralelo
A fé tão destemida me ofuscara a vista
Por instantes diversos sua falha veio ao peito
Então eu hoje fumo bem mais  que outrora
E já não peco demasiadamente
Pois o amor escondeu-se ao nó do laço
E o amor negro quer da fonte um amparo

E definitivamente eu me escondo
Do homem mau que quer à beira do abismo
Me confundir e que pareça um desatino
E me jogando sem receio - encontro a morte
Virá a culpa mesmo quando o inocente
aflora à pele, onde o mito exclui o verbo

Não só de pão vive o homem quer com fome
Nem de palavras se é a dor que prepondera
Do lado esquerdo têm alguns que me detestam
Quando o amor é dispensado sem reserva

O meu cristo está coberto de vermelho
A sua pele está repleta de feridas
As cicatrizes se escondem atrás da pele
Que destemida honra a moral em frente ao pano

E encoberto de malícia está meu peito
Embriagado estão aqueles que me guiam
E as promessas me parecem utopias
E o véu se rasga e assume a cega alegoria

E desconverso sobre a vontade hostil
Não aceito que me vele o homem morto
enterrando aqueles a quem tanto amo
Vou descobrindo que o outro é quem condena

Meio errado não lhe é suficiente
Ou frio ou quente pois não há alternativa
Se o mau é bem o bom é mal, erros e acertos
Ato ou potência, a intenção é acessada

Nada de chance, se o perdão é negativo
Nada de amor mesmo que seja permissivo
Enquanto o crente é quem banca a fome alheia
Se infiltrando aqueles quem a fé não veio

Se homem ou dona, dono ou um pequeno pedaço
De honestidade, santa ou até mesmo profana
Esse limite deus será que determina?

E agora dizem que o meu materialismo
É reflexo de meu falso moralismo
Que repreende, impõe, mata e envenena
Pra ficar quieta, pois a mente não o julga

Sei ainda que a palavra dita esconde 
Sentimento com remorso se confundem
Eu imploro só justiça em humildade
Dá-me o que pela preguiça então decida
Quando penso o corpo e espírito se unem

A fé de fato necessita de razões
Que se beneficie enfim de qualquer mérito
A salvação virá por crédito pré-pago
À prostituta que à pedra ficou muda

A minha pele é tão sensível à alergia
Da insanidade que me leva ao criador
Se alguém pediu para existir então entendo
Que a essência e existência se encontram

Coexistir e o vir-a-ser são tão estranhos
O meu porvir até é bem aristotélico
Tanto sistema na cabeça encontra espaço
E vou seguindo mesmo com tanto embaraço
Que ante à dor, à morte, deus é quem se esconde






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