14 de mar. de 2012

Entendimento

A túnica branca pede um instante a mais de cor
E o sangue carmim invade o universo
O sol sem querer e sem conceder muda o seu tom
E o anil escurece o céu da tua boca
Virá Janaína a forte guerreira varrer o chão
Suas águas invadem e salgam o homem
A minha nudez empobrece o freguês afim de amar
E fantasiosamente me entrego
Meu mundo gira em torno ao coração do ser feliz
A calma não tem assistido na guerra
Diante do trono estão os julgados inocentes do mal
E na minha frente os que ardem no Hades
Vem cá me contar das tais novidades consensuais
Não tenho onde sepultar meu destino
E o céu quer mudar de cor e sua claridade então,
A luz que ofusca apaga o seu brilho
De novo eu visto a farda lavada na iniciação
E assumo a culpa velada no íntimo
Escuto a canção antiga pedindo só gratidão
E os olhos tomam proporções relevantes
Acendo de novo a chama da crença trivial
E a eternidade é minha verdade e decisão
Estão desmatando o cérebro dos que só pensam o mal
Que passam o dia e a noite sonhando
Comi do banquete e fui reconhecido um pecador
Hoje me reservo às lembranças de outrem
Escuta meu povo, só quero socorro e atenção
Me dão do pão fermentado no inferno
Em busca do meu sossego não cumpro regra qualquer
E vou insistindo em ser o que penso
Ao pai que me haja força e a meu orixá de fé
A dor é sapateada no espaço
Eu tenho o corpo fechado pra ter o que me convém
E o deus só me tem imposto limites
Não ligo pro meu pleonasmo se entro dentro de mim
É só pra não esquecer o que sinto
Elevo o incenso e mesclo com outros odores bons
A superação vem ao meu encontro
Por tanta cachaça aos pés derramada, espanto o mal
E o sol me aparece enfim, amarelo.








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