7 de mar. de 2012

Espelhos da água

Não me surpreendo com os últimos fatos. Parece que a divindade resolveu indicar um caminho. A Luz não depende da vontade do indivíduo. É muito mais intuitiva. 

Nos espelhos escondem-se estórias cativantes.
Precisamos mirá-los para notarmos a presença de quem se exibe. 

E somos à imagem e semelhança daquele que não foi criado. Herdamos dele nossas esperanças. Em torno a mesa estão os que se escondem dos próprios reflexos. Comem do pão e bebem do vinho. Fogem do cão e se aproximam da víbora. Aplaudem os maus e sorriem dos pobres. 

Me obrigo todos os dias a comer da maçã proibida. Afasto da minha eternidade os espíritos passageiros. Escolho esconder meus versos e acender a imaginação criadora. 

Perceba - Os meus olhos não escondem mais a dor insistente. A perda. Eu já não saio à procura do amor inconsciente. Destemido, prefiro me arriscar na consistência dos atos, na reação que desafia. Não podemos resolver todos os problemas que, embora inevitáveis, são como rios que se vingam na enchente. Estão poluindo minhas nascentes. Não posso mais fornecer-lhes água potável. 



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