17 de abr. de 2012

Quiçá

Quiçá eu veja melhor,
Quando a dor se elevar à chama
E de cama em cama
Possa eu me esquecer e me esquentar
E não julgo os olhares vis
que esperam me ver em sombra
Pra que eu não ostente a claridade
Nem mesmo eu suporte a sorte
Que da morte uma chance se lance
E a semente no breu germine à face
Pois o amor é o utópico enlace
Que todos percorrem em águas correntes

Quiçá eu entenda o outro,
Quando o sol se esquecer de nascer
E a lágrima deixar de cair
Crescer é um ato do ser
Eu pretendo não mais insistir
Mesmo quando sofrer é o encanto
Quer mazelas ou ar puro do campo
Vou juntando os pedaços de mim
Pra no fim ter ao menos sossego

Quiçá eu ame,
E convicto eu me traia em meus ais
Pois cantando eu recito o dia
Em que vi meus desejos fatais
Infiltrar a pele na noite tardia
Vagarosamente na ruga escondida
Os meus pés choravam à mágoa e à míngua
E inconstante me tornara em o que vês
Pra jamais me esquecer do meu pecado
E no poente, a lente espessa em meus olhos
Bem como o barro agoniado da ilusão
e esfregado junto à lágrima obscura
A noite chega e clareia o universo
Iluminando o escuro de meus versos

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