22 de abr. de 2012

À um passo da eternidade


Eu quero paz e menos guerra
Quero sorrisos mais que pranto
A mão que fique mais aberta
Os pés trafeguem pelos campos
Onde o amor seja repleto
Onde a verdade seja crua
Onde o carinho seja certo
Onde a bondade esteja nua
Vou transformando o meu sossego
E vou plantando a inquietação
O desespero encontra o medo
Os fatos pedem explicação
Pra tanta mágoa dispensada
A confusão arruma um jeito
A mãe fica desconsolada
O pai sucumbe-se ao peito
Esperam minha atitude
Como se eu fosse um herói
Quando bem perto à plenitude
Eu perco e a calma me destrói
Por ser assim tão desalmado
Por não querer o bem alheio
Eu fico triste e envergonhado
A mão divina adveio
Pra me mostrar que sou tão fraco
Deus ratifica o seu caos
Ao bom justifica seu trato
A mim, engôdos no final
Me presenteia com seu manto
Com sua cruz, com seus preceitos
Minha vontade e meu encanto
Se embaralham em meus sonetos
E agora eu estou tão sozinho
Não reconheço a finitude
No cálice, o mesmo vinho
No prato, o pão da plenitude
Mas não consigo olhar pro alto
O chão me é tão desordeiro
À eternidade eu me preparo
A abrir meus olhos por inteiro

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