8 de mai. de 2012

Desengano

Tua luz encobre a chama tão modesta
Eu não sei amar além de mim
E no outro a cobrança rasga a pele
Bem maior do que eu tenho a oferecer
Juntamente à minha ingrata ignorância
Têm ausências, desperdícios de palavras
E o coração está mal decidido
Anuência à moral desconhecida

Eu não sei se quero ser o que se pensa
E o tempo me tem sido opositor
Quero amar além dos pés e da cabeça
Te agradar antes que o sol se destitua
Um conceito não apara as arestas
O silêncio diz mais quando escutado
Enquadrando minha fala tão escassa
Estão sós os meus a quem devo respeito
Minha inclinação leva-me ao crime
E os sonhos vão morrendo um a um
Dividir minha conversa com estranhos
Desperdício de moral abandonada
E empunho a faca cega enferrujada
Pra ferir e deixar dentro a moléstia
Minha pobre opinião sei que não presta
Pra desiludir qualquer forma de engano
Sou mais um que sem o convite à festa
Me instalei para lograr qualquer sorriso
E saí desiludido e apressado
Pois de fato lá só tinha o que me resta
Um lugar longe da luz que esclarece
Ao saíres, deixe acesa aquela lâmpada
Que ilumina o corredor antes da sala
Para quando eu chegar com meu cansaço
Não tropeça em meus próprios desenganos

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