30 de mai. de 2012

A Saga do Conhecimento - Parte I

Ante a máscara o destino fez-se ao longo um pensamento
Desmascarando sentidos vou falar de alguns momentos
Evoluindo com calma acompanhe o movimento
Eu, então me apresento - me chamo conhecimento.

Para quem me ignora, eu só peço um instante
Vou me abordar agora - livro aberto na estante
E relendo minha história peço a você - não se canse!
Vou tentar ser bem discreto, sem abuso, sem afronte.

Abra a janela pro mundo deixe ele te explorar
Rapidinho como um “susto” vamos a mesa virar
Ele é quem será o assunto que eu vou interpretar

Sobre mim tentaram um dia a minha boca calar
Quando eu disse sem ironia sou “divino” a criar
Construindo, destruindo o temor era meu par
O homem entendia o mundo como uma fera voraz

Era assim que eu me mostrava, esse era meu valor
Era como entendiam a felicidade e a dor
Vários gritos insistiam - “piedade meu senhor”!

Bem menino eu conhecia
incas, maias, negro e índio
Os astecas, macedônios, o hebreu e o egípcio
a mim prestavam seu culto
Seja bom ou seja ímpio.

Uma vida após a morte era o que garantia
como uma cafetina ser usada à revelia
explicando a natureza: dia-noite, noite-dia
era como aquela gente, me usando, entendia.

Ou dragão ou o coelho neste ano se entendeu
que mais fraco é o homem, mas com o bicho ele se ergueu
e naquele continente tanto bicho virou gente
dinastia à dinastia, como eu fui intransigente.

Ilíade e Odisséia sustentavam o meu vício
se é certo ou errado, se é feio ou bonito
de longe se amedrontavam
os gregos e os fenícios.

Supersticiosamente, com estranheza me despia
pra banhar-me ao mar aberto que o cajado insistia
mandando os mandamentos contra toda hipocrisia.

Eu sou forte, eu sou guia da mais pura transparência
e de longe se avista toda minha onipotência
seja escravo ou liberto, eu já sei o rumo certo
povo com onisciência.

Com estes povos aprendi, neles muito eu vivi, neles muito fui atroz
pungente, fui desumano ao me esconder no pano da mais pura ironia
foram, comigo, feroz transformado em algoz do centro à periferia
e a aurora vislumbrava a luz da sabedoria
vinha ela toda prosa, seu nome: Filosofia.

Pouco a pouco eu insurgia em transformar esse guia
“opinar não é certeza”
vir-a-ser da água ao fogo, ser o fluxo ou engodo
imutável natureza
eterno e efemeridade, ser dois e ser unidade
resistindo à vela acesa.

De repente como moça bem vestida eu me sentia
muitos chegavam com fome, ao banquete, à orgia
eu chegava à mocidade refletindo a alegria.

Racionalidade era
bruta, forte: a verdade
que se mascarava em fera
no discurso da vaidade
outros amavam a justiça
buscando felicidade.

Toda minha impressão vinha de uma sensação
me tocando, me senti
e o homem bem vulgar não ousou em separar-se
da minha indecisão
sempre a desmoralizar, meu papel é declarar-me:
sou a indeterminação.

A buscar um mundo novo, dei a vida por meu povo
que vivia na incerteza
eu só quero a verdade, seja em busca da bondade
da justiça, ou beleza
condenado, tapo os olhos pra não ver tanta impureza.

A tua “mundanidade” te faz frágil e sensível
venha à polis sem o medo, conhecer o meu segredo
vou tornar-me atingível
se na sombra eu te deixava era porque eu achava
a imagem desprezível
como o sol de um longo dia fiz-me escravo da ironia
na luz me tornei visível.


Pela falta ou pelo excesso vou abrir meu manifesto
o equilíbrio é humano
temperança ou bondade, justiça e honestidade
juntas contradizem o engano
pelas ruas da cidade propagando a trindade
induzindo, esse é o plano.

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