3 de jun. de 2012

Pés à cabeça

O que entre nós predomina
Se me arrasto a teus pés
Te lambo o calcanhar
Mordo justo o tendão

Me perdoe,
Por manter tal conduta
Ao pé, o sapato cabia
E eu, como qualquer vadia
Entregava-me aos dedos, qual puta

Minha lógica, pouco comum
Improvável ao homem direito
Ter nos pés o calor do desejo
E nos dedos, fagulhas de afeto
Cavidades, plantas, forma, cheiro
O tesão, qual espera de um feto

Nos pés se escondem alguns segredos
Que talvez tu desconheças
Quando o outro enfim se aproxima
A imagem se inverte lá de cima:

- Cabeça aos pés?
[não]
- Pés à cabeça!

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