27 de nov. de 2014

gaiolas

pássaros
nas gaiolas
não podem
alçar seus voos
nem alcançar
a fruta
lá no alto
da mangueira
e quanto vale
a cantoria
que não atinge
nem de perto
a solidão
só desafiam
meus ouvidos
a libertar
os seus instintos
derradeiros


quisera eu poder
voar
mas liberdade
tem seu preço

por onde foi
parar você
meu
pensamento
que a dor
chegou
de qualquer
jeito
de nada sei
além do que
posso sentir
só dou amor
quando
tenho
e
talvez
triste
eu
não
possa
te fazer
feliz

19 de nov. de 2014

andy

quis demais
coração
desejar o quê?
omitir
solidão
se abrir
fechar
só o tempo
de uma lágrima
cair
teu olhar
calou
o meu silêncio
ora
foi-se o tempo
em que homem
era homem
dentro das
trincheiras
andy,  andy
olha que horror!
que a mulher
sempre está
ao lado da maçã
é tua pele
na imensidão
da carne
que a loucura
tem seu preço
tua palavra
ganha o mundo
vento lá fora
deixa cozer 
o cru do amor
e refinar
tuas medidas
de perdão
que o horizonte
é logo ali
seja
o homem
mais humano
que a liberdade
só é plena
se o respeito
for constante
e o amor
intenso

15 de nov. de 2014

passar o pano

não dá
pra passar
o pano
pro abandono
nu
da cabeça
sem cimento
cru
sentimento
de concreto
tu
e se pá
eu mando reto
humildade
não se quebra
nem aqui
nem na
quebrada
deixa baixo
a ilusão
de ter
seja truta
seja mais
você
vê se não
trai
o coração

11 de nov. de 2014

pixaim

deixa solta
a cabeça
liberdade
de expressão
era mais que
vaidade
enfim,
tive então
que perceber
lábio grosso
e nariz
assim
foi o que
deu pra notar
o cabelo
era pixaim
no cangote
um colar

brilho negro

a intimidade
com o passado
se reflete
com o brilho negro
de um olhar
em frente o espelho
e colorido pode se
tornar o sonho
se não me olhassem
como se eu tivesse
um dono
que bela fica a liberdade
quando uma música
qualquer muda seu tom
ou quando um pássaro
visita o teu quintal
seja bem mais
que uma presilha
de cabelo
ou uma coceira
que deixa avermelhada
a pele

seja o que fere
não o que se corta



a lógica do preconceito

o preconceito
não tem 
caridade
é força
que propõe
desigualdade
o corpo
o pensamento
dominado
a luta é não
permanecer
calado
pouco se fala
da nossa história
da negritude
e sua trajetória
ser negro
é defender 
sua verdade
o preto
tem a cor
da liberdade
se afirmar
virou
missão
e luta
educação
pra mudar
a conduta
o brasileiro
é miscigenação
o que nos falta
é mais informação
me diz a lógica
do preconceito
mas não se esqueça
antes
do respeito

é isso aí

teu jeito ímpar de se importar
com os meus espinhos
botões
mania de ser flor
em várias aquarelas foi buscar um tom 
que amor igual nunca se viu assim

dar a quem se impõe
é o mesmo que se dar
de jeito algum
o sol me diz
qual é?
ter que secar o rio
solidão de pavio
bem curto
feito o cabelo que vou deixar crescer
imagem que trafega ao meu encontro 
sou o teu rato
me cobro muito mais 
e já não tem o que fazer
que a rima se perde 
nos ais
não tenho nem o que dizer
pela janela oculta mora o amor bandido
que meus instintos se unem aos seus tintos
sabores de frio
debaixo de sete chaves
caminhos
de boa
distintos
duas peles na cama
se trancam em si mesmos
dividem uma mesma chave
longe da cidade
além dos seus muros

e de quem é a culpa
da sanidade
ou loucura
que moram dentro da casa
ter que sair é perigo
se der eu pulo de novo
essa parede de aço
que só tem forma
tem força
limite
da liberdade
que se esconde
debaixo da saia
dos teus amores
de vidro
dos teus amores
de pedra
transforma
água em festa
e solidão
em desprezo
vou já
partir
de volta pra mim
uns mares
de chão pra passar
por cima do céu
e não me arrependo
do que só causou dor
não foi dinheiro
fazer o quê
se o que me acusa
é um pedaço do que sinto
outro pedaço é do vento
que me leva
antes de me enquadrar
de novo na semana
é isso aí
meus camaradas
é isso aí


se atrever

brinco
pinto
o rosto
me
disfarço
pra
você
gosto
do teu
gosto
me
alegra
teu
prazer
sinto
no meu
corpo
o teu
corpo
se atrever
finda
logo
esse desejo
que
só acalma
ao se atrever










8 de nov. de 2014

a fantasia

quem me 
olha

o que 
não sinto
nem importa
muito
realidade
ou sonho
fantasia
dentro
da 
cabeça
de 
juízo
meramente
torto
beba
um gole
do próprio
veneno
à tua escolha
teu comando

à liberdade
sua parte
verdade
ou falso
na bandeja
falta
coração
pra tanta
mágoa
ou saudade
pro meu
desespero
poesia
pode
tudo
ou nada
resta
à boca
desejar
o beijo

Chuckbarry

- É como um filho, professor!
Disse a aluna ao ser indagada pelo professor sobre o que lhe representava seu celular.
- Tem até um nome, Chuckbarry! 
Mandou essa, logo na sequência. 
Logo o professor fez uma rápida reflexão e indagou: 
- Então quer dizer que se você perder o seu celular ou for roubada, você vai sofrer pela perda do Chuckbarry? 
Sem exitar: 
- É lógico professor, gosto muito mais dele do que de algumas pessoas, mas logo compro outro e é como ter um novo filho, ganha nome e tudo.

5 de nov. de 2014

teu olhar

teu olhar vale mais
que uma data
pra lembrar
o teu amor
tem a minha
cara
no teu corpo
mora
o meu 
toque
que o pensamento
trama de dia
a ação
do nosso enlace
em tua cama
pela noite
onde os mil
de mim
vão se juntar
aos teus
que o desejo
expõe a alma
viola
o corpo
o coração
abre caminhos
a fé ganha
nosso suor
e meu refúgio
é o teu colo



4 de nov. de 2014

essa era

o pensamento
não tem a mesma
força
das mãos
nem o lamento
igual poder
de um sorriso

converse
com os vários
de ti
que se escondem
sob a pele

abasteça
teu fardo leve
que essa era
é única
em tua vida

2 de nov. de 2014

versos livres

meus versos livres
se prenderam
na forma
infinta
do absurdo
da imagem
que vira
som
do belo
que fica
feio
um meio
tom
e meio
de sabor
e cheiro
sensação

quem chegou
primeiro,
a emoção?

de pé

felicidade
não é parâmetro
moral
ou cognitivo

não pertence ao coração
os desmandos da cabeça
nem dá pra medir
tuas manias
todas de uma vez
na balança

é um a um
embora mais de mil
te mantêm de pé

não demora

solidão
a dois
é castigo
se iludir
depois
suicídio
coração
partiu
sem destino
a razão
fugiu
desatino
saudade
ficou
na aurora
que o agora
é já
não demora








pensamento

posso
ser tua
quando
quiseres
vestida
nua
como
bem
queres
no teu 
pensa
mento



a graça de ser só

abaixa
o volume
da solidão
aumente
o peso
da tua voz
não deixe
a luz se ir
nem o coração
calar

aprenda
a sentir
a graça
de ser só...

qualquer loucura

de longe
ou de perto
beira
ao normal
qualquer loucura

não sente

deus
toma conta
de um infinito
de sistemas
e se divide
em vários
temas
para dar
conta
do trabalho

melhor deixar
às criaturas
a decisão
de seus
combates

mata
e come
seu sucesso
é um
mas sempre
tem mais gente
caminho torto
seja reto
são paralelas
convergentes
imaginário
homem concreto
quem se engana
é quem mente
confunde-se
com o objeto
diz que o ama
mas não sente

lua minguando

de mãos dadas
com a noite
foi o meu coração
no caminho do céu
de estrelas
os guiava a ilusão

um clarão se achegou
do nada
prata era sua cor
era a lua
minguando
mágoa
enciumada
do amor

no final

pense bem
mude teu ato
se algo se lhe impõe
veja além do que os outros podem ver
fantasie tuas tristezas
reinvente alegrias
seja feliz antes do nada
que tudo mais
ou menos
se ajeita
no final

plebiscito

plebiscita-me
de amor
referenda-me
o prazer
antes
ou depois
me exija
a malícia
e o respeito
um império
de calor
que atrai
o medo
liberdade
da cabeça
é pensamento
um projeto
inacabado
que se lança
um aborto
clandestino
da razão
uma dose
absoluta
de si mesmo
se externa
e retorna
faz sentido

se acaba

não vá demais
questionar a fé
eu me construo
além de mim
era o caos
no pensamento
atingido
pelo tempo
força motriz
que embora
eterna,
se acaba

instinto natural

prenda-me
em teus braços
nessa camisa de força
sossega o leão
que só sabe rugir
teu nome
abraça-me
como se o amanhã
não fosse
como se o amor
não bastasse
rei da selva
enjaulado num coração
sem dono
numa espera
infinita
sonho da floresta
chuva que não cessa
bichos fazem festa
dentro da cabeça
corpo n'alma
deita
febre selvagem
instinto natural

porta

entre quatro
paredes
sempre
haverá
uma
porta

coração desastrado

ai
coração
desastrado
de repente
se entrega
além
do
ponto

que afagos
lhe deixam
sem
domínio
dos
próprios
segredos

ai
coração
desastrado
a semente
se rompe
antes
do
tempo

que um
toque
qualquer
ganha
um brilho
obscuro

quando
vejo
meu corpo
em cima
do muro
a alma
se joga
se mete
em apuro

me nutre

tenho
saudade
das flores
que se restaram
botão
vestindo
espinhos
a se esconder
na escuridão

maltrata-me
com teu amor
com tua mão
me dá
o que é dor
sem sentir
sem razão
quero
o que é meu
por
condição
e merecer
devo
a ti
o que ficou
do
coração
a dispender

tenha-me
com pressa
force-me
a fazer
o que
me dá
satisfação
o que
me
nutre

a hora de morrer

vida
leva e traz
sentido
perto
até
quando
a dor
impõe
o seu
destino
cru

natureza
se 
mantém
no verso
feito
ilusão
que finge
agora
acontecer

fantasia
dorme
na realidade
acorda
segredos
vãos
em seus
caminhos
nus

nada 
fica
impune
lei
da gravidade
tempo
que não vive
espera
a hora
de morrer


1 de nov. de 2014

minhas rotas

é o ocaso
da estrela
guia

milho
virando flor
pipoca

o agudo
que rompe
a taça

o desejo
que encurta
a espera

a saudade
que engana
o tempo

teu sorriso
que abre
portas

tua boca
pedindo
o beijo

teu percurso
em minhas
rotas

protesto

  num tempo onde as tragédias são celebradas alguns tantos te querem triste, derrotado levante, sorria para o espelho, para a vida o teu sor...