3 de jun. de 2013

à dor, teu alento

que dor de cabeça 

essa minha mania 
me entrego de cara
traio a terapia
arrisco no jogo 
no sonho me perco
bastou a fagulha
acendo o desejo
a arma, o corte
e o corpo se fere
mal cicatrizando 
das marcas na pele
toda eternidade
me custa o instante
se inebria a mente
engulo um calmante
agito a saudade
reparo a ferida
e feito ultimato 
repenso a vida
engano a verdade
distraio a tristeza
reforço o laço
e viro a mesa
afim de mim saio
em busca do outro
eu rompo os lacres
portões andam soltos
e volto a mim mesmo
reparo a lesão
cabeça tá feita
roto o coração
não cabe ausência
nem esquecimento
vem logo e me traga
à dor, teu alento


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