o homem poluiu a cabeça do súdito
e lhe desceu amargo dentro da garganta
a chave pro futuro ficou na memória
a porta da esperança abriu hoje mais cedo
que o mar de azul logo ficou vermelho
o dia acinzentou pra ofuscar o brilho
a sombra apareceu no meu deserto árido
o sino não tocou para acordar o sonho
meu pensamento nu se escondeu no quarto
fugiu pela janela atravessando a nuvem
voou por onde voam as ondas sem matéria
e distinguiu a dor do medo na cabeça
do céu via na cama o seu corpo místico
28 de jan. de 2014
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