26 de dez. de 2011

Moralidades

Quem habitará na casa do altíssimo?
- A sabedoria.
Sem pudor algum eu respondi.
Pois a cada novo fato raro,
Nunca à sua sombra eu me ressinto.

Quem desejará uma alma tão falha?
- A terra.
Muito a cabo eu concluí.

Pois na soma que da fé ou esperança,
Da incerteza ou desespero,
É a ela que me agrego.

Quantas águas saciam minha sede?
- Muitas.
E no rastro de suas sortes vou levando minha rede.
Ando pescando a dor do meu destino.
Vou a cada novo estímulo aceitando as condições.

Quer moral que acirre e se defenda frente ao desejo que é forte e acalenta?
Tuas cores ofuscam minhas verdades.
Teu poder corre lento rumo ao desfecho.
Nada pode ficar impune ante seu reflexo.
Vê-la, não posso. Cantá-la, não devo.
Moral que me dá o salário que me mantém.

A graça quando, embora altruísta,
chegou tarde demais.
Estamos impregnados de moral.
Quebrar esse ciclo é o que motiva a evolução.
Pra mais que uma ordem, o que seria do laço senão que a eficiência do nó. Quanto menor o trajeto entre dois pontos, melhor será o meio que me conduzirá.

Doce, sem paladar.
Vivo, sem movimentos.
Sábio, sem motivos.
Forte, sem emoções.

O que te representa hoje?
Em que mares trafegas?
Quem dirige os teus passos?
Quem tu amas ou detestas?

Dentro de mim há movimentos, caminhos, guias e sentimentos.
Cabe a mim, conhecê-los.

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