Em doses todos choram. E resistem em assumir o sentimento. Em sortes todos arriscam. E admitem não vencer sempre. Em partes todos amam. E estabelecem vínculos. Em mares todos sonham. E atravessam horizontes.
qual a razão de amar se me pego sofrendo de mal, bendizendo de costas pro mar vou acabar desistindo chorando, sorrindo vou de par em par de nada vale a verdade mentira, saudade se não se encontrar
tem dias que o sonho liberta o homem do meio às vezes a verdade descomplica o meu desespero nem sempre o amor desapega o meu desapego ou mesmo o vício é o limite do meu exagero nem o teu corpo tem o gosto do meu tempero
ao invés de mim sejamos você é uma lua insana que me aflige a noite inteira ímpar feito o sol que se coloca e vai dormir em outras praias nem a solidão teria tempo que coubesse esse lamento são cruéis demais que seus destinos são as águas desse mar como desse pão que alimenta meu sorriso e meu choro de que vale então amar primeiro e depois se arrepender?
quisera um botão em flor se abrisse embora a mão fechada ainda fosse mais tenho a ouvir o que não disse urgência de amar e ser amado é chão, é céu azul e o mar no meio é belo, o toque, o ar, a luz, o cheiro é pele, é suor, é pensamento um gole de paixão em minha taça não tem o amor a ver com exigência nem o conforto é só pertencimento o sol pintando a cor de minha raça a noite inebriando a solidão deixar de ser pro outro o que somente em mim se encontraria a liberdade
a luz que vá brilhar em outros campos o dia nascerá em amplidão não vou mais precisar de algum encanto que alimente mais a minha dor repleto é o amor com suas armas que deixa meu sistema desarmado a vida é um sonho que pouco ouso lembrar quando me vem à mente me resta pra contar o que me cala será que o perdão, eu o mereço se minha indecisão tem suas causas a ira e a luxúria tem seu preço a mágoa e a esperança de mãos dadas pra sempre é o mesmo sol se vai em seu ocaso iluminar uma outra natureza pra ser melhor, voltar a ser criança e entender melhor a sua trama pra onde levaremos a tristeza felicidade levamos pra cama a norma se confunde com o vício o derradeiro tem que ir embora pra tudo a mente cria um artifício que a morte do passado é o agora
vamos passear pelo tempo desenformar o gelo desfazer os remendos reabrir as feridas curar de vez essa doença e acalmar nossos demônios endireitar nossa cabeça e libertar os nossos sonhos