Anoitecera novamente. A sala é invadida rapidamente pelos desejos mais ocultos. Não cabe desvendá-los nesse instante. Paralisa-se o espaço e o tempo. Não sei quantificar a duração, sei que por momentos fiquei paralisada com o copo d'água na mão. De repente, fui ao quarto e garanto que o que vi não me surpreendera. Lá estava ele novamente, desta vez com sua barba por fazer. Seus pés estavam como sempre, descalços. Alto, pele clara com um incomum sorriso. 27 anos. Não era casado nem quis sê-lo. Seu rosto lembrava um guerreiro antigo de uma Roma em períodos de ascensão. Sempre com calças de um tecido cru e um belo paletó lhe compunham o estilo. Cabelos longos às maçãs de um rosto inacabado pela leve cicatriz ao canto do queixo. Olhos bem pretos, tais como os cabelos, franziam-se na circunstâncias das grossas sobrancelhas. Seus pés desvendavam a sutileza e simplicidade de um amigo que não tolera falsas impressões da realidade perdida.
- Boa noite!
A voz lhe tremia o rosto. Os seus pés e mãos contraiam incessantemente. A luz da lua transitava indefinida pela janela. Um som agudo instalara-se em meus ouvidos. Uma sensação de perda assolara em meu peito.
Antes que forças eu tivesse para responder-lhe, uma fria sombra apoderara-se do meu corpo ao ponto de deixar-me prostrada ao chão frio.
A inconsciência relutando em minha fraca memória. Lembrava do tempo de criança, quando corria pela rua de minha avó. Lembrava do primeiro beijo roubado.
- Boa noite!
Desta vez, a voz impusera-se como a de meu pai. Levantei-me tão subitamente.
- Boa noite! Por quê? Desta vez, eu não entendi!
- Os desejos precisam ser acalentados. As verdades necessitam de cheiro, de cor, de sabor. Muito a aprender, minha serva, minha imagem refletida atrás do espelho!
Friamente, respondeu-me.
Só então entendi que minhas forças de nada encontravam caminhos. Erros me constroem à duras asserções da alma.
A imagem do velho amigo desfizera-se em nuvens de areia. Areia do mar mais oculto. Areia do deserto da ideia.
Refiz o semblante. O copo d'água representava o meu corpo desfeito em cacos pontiagudos no chão. Podia ferir qualquer um naquela noite, sobretudo a mim mesma.
Um banho quente se fez necessário. Lavando o corpo a energia da alma sussurra. O espírito se inquieta. A lembrança da pureza batismal açoita o punhal instalado à mão para ferir. A imagem da perseguição e abate do cervo fica latente às memórias efêmeras. A sensação de fraqueza não resiste ao banho.
Um cigarro tenta responder minha insanidade. Limpei o cenário da minha ilusão e, lembrei-me:
- Toma só um quarto desse remédio!
Disse minha mãe, ontem preocupada. Foi necessário uma metade. Dormir nunca foi tão importante. Aos poucos vou adormecendo. As sensações vão cedendo ao cobertor. E, os desejos, resolvem descansar.
li ouvindo Virgínia Rodrigues cantando Todo o Sentimento...foi lindo!!!!
ResponderExcluirDeve ter sido muito bom!!!
ExcluirIk wist niet dat deze blog Braziliaanse was ... Ik hou van Brazilië ... Gefeliciteerd Marcio Lima
ResponderExcluirDank je wel!
ExcluirКто-то в Интернете?!
ResponderExcluirHo Livorno!
ResponderExcluirHo Livorno!
ResponderExcluirОн и его друг должен быть сумасшедшим, теперь я думаю, больше узнать о Бразилии, пляжи ... он должен быть там? как Африка?
ResponderExcluirSono stato a Rio de Janeiro e Florianoplis, penso che sia come si scrive ... Florianoplis questo è stupefacente ...
ResponderExcluirNisam mogao shvatiti značenje naslova više ili manje razumiju portugalski želio znati što smislu drugog riječi naslov teksta shvatili kako je to prevoditelj napad Google je ponekad zbog nepravilnog
ResponderExcluirZagreb
un brasiliano?
ResponderExcluirневероятный
ResponderExcluirтакая история этого сайта?
ResponderExcluirÉ de uma sensibilidade incrível esses textos.
ResponderExcluir