20 de dez. de 2011

ELA

Desencadeou dentro d’Ela uma angústia incomum. Ora chorava, ora dormia. Como num holocausto, quando ninguém vem contar as penas sofridas, estava seu coração. O cotidiano não pode ser sagrado e profano. Esse limite não merece mais o respeito quando a dor prepondera entre acalantar a fera ou usufruir da esperança. O que faz a sombra na escuridão? 

Ela se vê em seu novo dilema que insurge: amar ou sê-lo. A disputa nunca foi tão acirrada. O tempo nunca tão curto. O tênue, uma eternidade, puro rompimento do ente. Suas decisões permeiam entre dor e medo, sorte ou acerto. A euforia toma conta da alma partida em quatro cantos distintos da realidade. Ela então se levanta. Vai à cozinha e toma um copo d’água. São exatas 4:00 da manhã. Só se vê em meio ao nada, a escuridão. Não sabe se chora pelo sono perturbado ou se implora ao soberano paciência pelo sonho vazio. Não dá pra procurar mais respostas. Ameaçado está seu coração. Nunca as decisões se tornaram tão implacáveis e emblemáticas. Posicionar-se custou para Ela o peso de toda uma vida. E, Ela decide amar.

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