Os três lados da ideia. Um ama. Outro duvida. Outro reclama.
Meus desejos se despedaçam nesse momento.
Recai em minha cabeça o peso do corpo.
Reclamo. Ninguém pode me escutar.
Viro e reviro o cobertor. Não consigo dormir.
Duvido. E não há mortal que me traga uma palavra sequer.
Levanto. Ando até o banheiro.
Amo, Pois diante da imagem no espelho, eis que o fiasco de luz resolve acender-se.
A porta se abrira convidando-me.
Como desenhar a conversa entre essas três entidades que habitam a cabeça?
Como desempenhar direito meu papel?
Ando meio confuso. A ideia não se conforma nunca.
Quando amo vejo tudo mais nítido. As cores mais raras me são tão comuns.
Olhos e lágrimas concorrem em sintonia.
Quando duvido, espero. Não saio dispensando sabores se ainda me falta muito o paladar.
Não desperdiço insanidades.
Ao reclamar, concordo. Admito que não consigo levar minhas asserções sozinho.
Resolvo compartilhar a quem quer que seja, minhas insatisfações.
E assim vou entendendo. Vou admirando minhas capacidades.
Vou reconhecendo e delegando às várias regiões da mente.
Me confundo o tempo inteiro e vou reclinando a cabeça entre os abrigos da alma.
Entender as conjugações da mente é dar a devida parte a quem cabe.
Hoje consegui dormir. A paz é santa enquanto o mundo está em guerra.
O Deus é bom quando as mágoas conspiram contra mim.
Imaginação, desejo e satisfação são forças que esperam o vento intencional. Entreguei minhas armas.
Agora, não posso suportar muito tempo o peso da covardia.
Vou fingindo entre os mortos ser um deles. Estar vivo seria a melhor terapia.
A briga constante entre as entidades que permeiam meu mundo não me torna diferente. Me conduz.
Me guia rumo a claridade verso o breu inconstante das sensações.
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