26 de jan. de 2012

JUÍZOS


Vamos falar de tais juízos
Não podes mais persuadir
Conte-me sobre os teus desejos
Não sobre o fim

Meu celular tá desligado
Até que eu me recomponha
Expor demais minhas mazelas
Não me refaz

Meus discos todos arranhados
A sala está uma bagunça
No quarto, roupas espalhadas
Tremem os muros

De um lado a outro eu só sinto
Que o remorso bate à porta
Porém a chave da emoção
Me transparece

Mas, eu não vou abrir a porta
Porque não posso assumir
De uma vez minhas loucuras
Os meus verbetes

Ao meu redor estão aqueles
Que ficam sem compreender
Que o que passa aqui dentro
Não crê nem vê

E todas possibilidades
Vão se esgotando lentamente
Mas meu desejo ainda insiste
Roubar-te o beijo

Beijo da solidariedade
Eu não quero justificar
Que a minha insanidade
É te perder

Hoje admito o insucesso
Das investidas incomuns
Sei que eu sempre traio o verso
E escondo a culpa

Minhas manias são tão frágeis
Que eu me deixo sucumbir
Da inocência da idade
Do meu porvir

Tenho que hoje compreender
Tão valioso quanto o ouro
É o olhar simples e justo
Feixe de luz

A mente luta com o corpo
Este não quer obedecer
Tantas frações de sentimentos
E de prazer

Se isso é muito eu já não creio
Eu já não sei me defender
Nunca o outro foi tão raro
Pra entender

Que bate um coração sofrido
Quer só sentir-se pertencido
Então as marcas pelo espelho
Refletem o medo

A possessão nunca foi certa
A falsa intuição também
Os gestos tendem à verdade
Discernimento

2 comentários:

protesto

  num tempo onde as tragédias são celebradas alguns tantos te querem triste, derrotado levante, sorria para o espelho, para a vida o teu sor...