22 de abr. de 2012

Paternidade

Escravos do tesouro incognoscível
Estavam os homens na terra
E Deus feito brilho do por do sol
Encurvara-se à borda do limite da alma

O meu paraíso está ao lado
Está no outro que me olha com gratidão
Mas o inferno também tem seu sítio
Quando o coração deixa de cumprir sua parte
E a promessa divina cai por terra

Deuses e humanos dividem a sorte
E a demanda por demônios cresce no mundo

Crio coisas em minha cabeça
Que fica fácil diagnosticar minhas vontades
Várias imagens se confundem dentro da mente
E o deus mostra seu rosto em disfarces
Que embaralham o pensamento e persuadem
Torna a alma contingente
A esperança efêmera
E reduz ao pó qualquer iniciativa de redenção
Pois a justiça divina está ao lado da moral humana

O bem fica limitado a alguns preceitos
A ação toma conteúdo em formas vazias
A ortodoxia declara inimizade ao homem
E deus, absorve a Lei terrestre

Amor contextualiza submissão
Pertenço, mas não invasivamente
Espero escapar ao sofrimento que atormenta
então, aderi uma vontade alheia ao meu corpo
Na vida sofro, na morte me liberto
Nasço e renasço contra meus propósitos
Pra ser reconhecido entre meus iguais

A intervenção não é humana
Isso justifica minhas fantasias
Quando me perturba o sono tais questões
A droga incerta me dá mais respostas
Que o vão predomínio da fé

Devo gratidão a um desconhecido
E pouca gente está ao meu lado
Quando penso em falar me censuram
E o peso da morte cala a boca do oprimido

Em minhas palavras eu prego o respeito
Que é virtude atemporal
E o medo é um vírus eleito por muitos

Acendem a vela perene e constante
Pra mostrar ao homem, posto que é chama
E que infinitamente dure, enquanto eterno

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