18 de mai. de 2012

Endocárdio


Quero encontrar-me quando penso
E refletindo entendo
Que no meu peito existe
Mais que um pedaço de sonho
Mais que algumas memórias de riso


E nos tecidos internos do coração
Tem um bocado de sangue
Um punhado de gente 
Uma série de esperanças
Incontáveis emoções confusas
Que alimentam o resto do corpo faminto
E, de sensação em sensação
Vou aprendendo a julgar meus instintos


Passam por aquelas paredes uma série de escolhas
Dilemas, tabus e incertezas
Verdades que a razão já não concebe


O coração está cansado da resistência do umbigo
Da impaciência da alma
Da incompetência do espírito


Quer libertar-se da inércia da pele 
Que o aprisiona dentro do peito
Quer ver distante o choro que o maltrata,
Entender o amor que tanto o disturba
E superar o momento derradeiro 

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