6 de mai. de 2012

Qualquer verso

Ao manto escuro, o rosto
Ao pedaço de pão, barriga
Ao teu amor, desgosto
Ao desordeiro, intriga

Ao lenço úmido, assoo

Aos planos fartos, a sina
Ao abandono, um posto
À rua estreita, esquina

Ao meu temor, reforço

Às tuas dores, alento
Ao leito frio, o dorso
Às folhas secas, vento

Para quem peca, a fome

Quem se desespera, o choque
À mulher sozinha, um homem
Para eu me vingar, o porte

Pra juntarmo-nos, a cola

Descobrirmo-nos, verdade
Contra todos, a demora
Aos mais velhos, mocidade

Na saúde, a doença

Ao enlace, juramento
À necessidade, crença
À maldade, esquecimento

Para a dor no peito, a droga

Ao espírito, fumaça
Ao passado, o agora
Ao distanciamento, a graça

Ao que escrevo, coesão

À quem lê, a paciência
Aos amigos, a missão
À família, consciência

Ao limite, pensamento

Ao cigarro, o abandono
À magia, encantamento
À desilusão, o sonho

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