Tem um pedaço de mim
Que meio desatinado, confuso e cansado
Às loucuras, desama
Não sei se por desatino
Ou um turvo destino
Escolher, não me cabe
Distingo para além do verso
Mas triste, confesso
Não tenho tal gana
Quantos ainda esperam
No forte, no belo
Eu só tenho a cama
E sem saber do juízo
Quer fraco, amigo
Não me olham na cara
Se franco em qualquer franqueza
Amor em qualquer pobreza
Sou rico em afagos
Nem que me digam adeus
Veja, eu tenho os meus
Que me dão o necessário
Não venhas desmerecer
O que tanto eu prezo
No que eu acredito
Mas eu precisei da queda
Agora eu nem sei direito
Aguardo calado
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