O que designa a pureza?
Seria a destreza ingênua de ver-se dentro
Ou a coerência duvidosa que moraliza meu peito?
Só perdoo quando temo o abandono
Me arrependo às vezes
E não perco o costume, de quando em vez,
Ser eu mesmo
E maculo a ordem e a vontade
Desejo ou verdade
Que coíbem o meu instinto
E a natureza me leva aos mais altos penhascos
Onde o ar fica raro
A visão fica turva
Na amplitude se esconde a vertigem
O medo, a impotência e a coragem, também estão lá
Vou me alienando com a existência
Na insistência de ser amado
No porão da minha casa se ocultam segredos
No interior da minha voz, a certeza se indaga
E o estado de emergência me empurra
Ao fundo falso da essência
Na impressão duvidosa do eterno
Ao nada
Me eleva o espírito
Que não passa da cabeça confusa
Da ideia indecisa
Do amor perdido
Da fé esquecida
Mesmo que banal me seja viver em meus próprios sentidos
Impressões e juízos da realidade presente
A morte é como o passado, que não volta
É feito poeira que se move
Igual a graça primeira, perdida
A força vindoura, finita
Vou matando meus passados
Resistindo aos acasos
Encontrando-me
Perdendo-me
E, me custa estar
Quando existo.
A morte é como o passado, que não volta
É feito poeira que se move
Igual a graça primeira, perdida
A força vindoura, finita
Vou matando meus passados
Resistindo aos acasos
Encontrando-me
Perdendo-me
E, me custa estar
Quando existo.
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