Tenho dentro meus mares
Quando achegam-se olhares
Tenho medo das ondas, eu não sei nadar
Me atrevo, arrisco, o medo enfrentar
Em um pequeno ponto
Construí o meu conto
Tem início, tem meio, mas falta o fim
Quando tudo se acaba
Começando em mim
Um pouco de tristeza
Vamos juntos, à mesa
Repartir o banquete de letras, vogais
Eu recito o poema que incita meus ais
A chuva, correnteza
Enxurrada, destreza
Impossível querer ser o que não se é
Entretenho misérias, acho um viés
E customizo a roupa
No silêncio, me ouça
Poesia maldita me arrasta à cruz
Um trecho de maldade
Outro trecho de luz
Reconstrói as ruínas
Explodindo as minas
E desata o nó que tem no coração
Muita fala, promessas
Enganando o não
Quando o sim desfalece
Ergo nu outra prece
Vou testando a palavra que mandam dizer
Venha deus ou o demo
Pra me convencer
Que viver é a parte
Tão singela da arte
Confusões deixam claro ao homem que sem
Intenção de olhar,
Não enxerga o bem
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