Em verdade, somos concorrentes. Feixes efêmeros que andam lado a lado. Se entrecruzam? Ideias, conceitos e corpos. Motivamos nossos desejos quando criamos nossas vontades. Somos contrários, divergentes, convergentes, divinos, maravilhosos pois, pensamos. Quando sentimos fome, imitamos o gesto de nossos pares, ímpares, pois, queremos. E querer nos deixa à tona o desafio: Será esse fruto da necessidade, apenas? Terá o mais fraco a força na luta para sobreviver? Não se mede com o tamanho dos rivais, se mede com o tamanho do ganho. E quando se trata de prêmio, estamos falando de sorte. Artimanha e despreparo não caminham juntos. E no meu brasileirismo, sou eu mesmo do meu tamanho. Quanta certeza na verdade de convicções leves, para não salgar o feijão. Deixa assim, que a vida é breve, do tamanho da emoção. E deixo a vida me levar. Em vão, ficam aqueles que se entregam aos pedaços. Meio a meio o desejo, às metades a saudade. Não dá pra ser inteiro se dividindo e demarcando a paixão. Não posso assistir esse amor desse jeito. Abro a garrafa em tua homenagem. À tua ausência em minha cama, bebo doce o teu amargo. E o que se esperar de quem só quer uma fatia de pão, um gole de vinho, um afago. Disfarças insultos, apagas o brilho, me trais com o teu outro jeito de ser. Só tenho um motivo apagado no cinzeiro da sala. Uma vontade imensa de não ter chegado ao fim.
2 de jun. de 2013
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