17 de jun. de 2014

alvo

a cabeça
enche
de vento
e fumaça
e vou... 

me esconder
debaixo das cobertas
no frio azul das tardes
de outono
no cinza breu das noites
de inverno

beba-me,
até a alvorada de teus sonhos
que o vento ateu
levou-me à janela
onde as estrelas falavam-me
de amores

de lá,
podia contemplar todos os santos
e me entregar em quase toda cena

veio a chuva
e castigou a terra árida...

o amor é brilho
que ofusca a vista
é labirinto
que não tem pista
é sentimento
inesperado

no sol da tarde
é minha sombra
quando invade
é minha lombra
que acerta o alvo: 
o coração

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