30 de set. de 2014

bolha de papel

mostra no total
a tua fragilidade
voraz
deixa escapar o tempo
da bolha de papel
no arco e flecha da emoção
desdobra-se em dois
quando é só um
depois reclama da saudade
coração amou...
que ele não tem o direito
de desendireitar o meu caminho

um outro dia

haverá
um outro dia
em que o sol
sumirá
nas matas
entocas
nas mentes
no céu
na imensidão
das bocas
e dos turbilhões
e eis que ressurgirá
noutro astral
feliz
será
como se jamais
o feixe
de escuridão
fosse o seu algoz

nada será amanhã
sem você

vamos por tudo a perder
brincar de se esconder
e desapontar o entardecer
resistir
ficar

do desejo à vontade

do desejo à vontade
à escolha
ao ato
desato
nasço de novo
já que mudei o que senti
destino certo
é filosofia de vida
represento
os saberes de um mundo
e nada sei sobre as coisas
senão o que se produz
semente que plantou deus
aurora imaginária
que desafia minhas dores

vou cantar um canto novo
elevar os olhos para as nuvens
brigar com o vento
xingar o azul desse céu
aparelhar meu caminho
punir meus opressores
força tanta
canto de luz e escuridão

o que é meu é tua parte

meia luz
a intenção
sorriu de canto
da boca
meio tom
verdade é sonho
ilusão é modéstia

deixa o coração de lado
deita aqui
de frente
sou o teu presságio bom
vou te amar
de repente

abra os braços pra ver
o homem enfim entender
felicidade e sofrer
mágoa pra se arrepender
laço de nó, desfazer

o que é meu
é tua parte

sobrar a solidão

perdemos
tanto tempo
esquecendo-nos
de nós
que cada aliança
se reduz
ao nó
que amarramos
no caminho
pra sofrer
menos,
um pouquinho
e presumir
felicidade
na cabeça

que o coração
rendeu-se
ao fato

faça-me ver
o que não vi

sentir
mas
pra valer
e não deixar sobrar
a solidão

avarias da solidão

tá tão ruim...
as avarias da solidão
que esbarraram
em meu peito

cético demais
subtraiu com as cabeças
o raciocínio
rimou amor
com medo
e bagunçou o verso
de propósito

chega de magoar
um coração tão raro
já que a fé não rendeu
o encontro
que reine a desilusão

mente caia
em sua verdade

não finja que se foi
tua sorte não se tarda
permita-se sentir
o que outrora
ficou guardado

intuição

intuição
desola
riso frouxo
incomoda
sofrimento
perdura
calma, calma, calma
afetos desordeiros
encantam o espírito
morre o sonho
acaba o medo

um a um

um
a um
afetos vão fluir
paraliso
ao som de tua paz
meus amores
todos vão sair
menos
se o mais em mim ficar
seja o que dá prazer
não dor
branco e preto
amarelam a cor
cinza para renascer
enfim
deus
do alto
vai reconhecer
ordem
e desordem
vão compor
homens e mulheres
num porvir
espiritualizo
meu penar
fico mais calado
pra falar
mundo
é o mundo
do olhar
sentimentos
minam
o meu pensar

caminho de escolhas

pensamentos
palavras
atos
e omissões

são representações
que traem
o tempo inteiro
o que somos
capazes
de traduzir

venço
o cansaço do dia
quando no repouso da mente
o espírito se inquieta
o corpo busca algum outro
que o complete
e quiçá preencha
a lacuna do homem
trecho de incerteza
impressão de eternidade
caminho de escolhas

metanfetaminas

metanfetaminas
risco derradeiro
palavra primeira
coração partido
justiça perpétua
sombra energia
maço de cigarro
manipula a vida
resta a saudade
sentimento vago
encolho e caibo
dentro na cabeça

eras

eras atrás nos encontramos
num tempo que fugiu do espaço
terra é mansidão
cósmica face amarelada de leis
eu sou quem o nada era o caos
quero ser melhor para romper
cada instante que mereça dor

sonhar

sonhar
outro sonho esquisito
pedir
para deus se calar
correr
na linha do horizonte
tomar
para mim o poder

quem são os teus
onde foram parar
eu não sei além
do que posso olhar

fumaça
lembra o abandono
o mal
tem uma cara ruim
o céu
nunca foi um limite
na dor
me distraio pra rir

e agora, deus
o que é amor
solidão
se o mais forte
é tão fraco
tão fraco
preso em tuas mãos

elegia

onde o homem velho
foi buscar a água
alimentar-se do novo
despertar da agonia

a vida
decide a morte
vitória
ergueu a viga
sustentando
meus desmandos
seu amor
minha doutrina

suba neste monte
receba tua guia
que te leva ao instante
e eterniza a fantasia

o sonho
ainda teima
nos ares
da alegria
encontrá-lo
é provável
em seu canto
de elegia

momento imortal

sou inteiro
e dividido até o talo
concebido em meio
a goles de cachaça
e a fumaça paralela
do cigarro

ame-se
que já são muitos
os que vivem no teu corpo
o coração tem que dar conta
disso tudo
e a cabeça quer um pouco
mais de tempo
e revisar o ato
simples
frágil
pleno
eras passam sempre
forma se transforma
nem toda semente vai brotar
deixa teu presente
muito mais presente
seja o teu momento imortal

osso

osso
desobedeço
a ordem
essa mania de não saber achar
sofá e puf
os pés no chão
o meu altar

amor e entrega
paralelos
prazer e dor
paralelos
você e eu
você e eu

encontrar-se
é raro a mente ceder
se é pouco a pouco
já quero entrar
sem bater

e poder deixar o sonho acontecer

parto

parto
nascem palavras
já ditas

consciência
exercício da razão

homem
vira
homem

renasce a poeira e seu valor

ser
consensual
salário é dor
sorrir se à noite vou chorar

25 de set. de 2014

o poeta

"e em qualquer esquina
na praça
ou num canto qualquer
poeta
teu coração vai estar
onde deus estiver"

21 de set. de 2014

vírus

vejo
um oásis de flores
recheado de espinhos

uma ponta de sol
queima a última lâmina 

nessa montanha de sal
redemoinho de amor
vírus que mata a razão
para a paixão lá entrar


desapego

sou teu desapego
leve como o vento de verão
é um vem e vai
no meu pensamento
paro quando em ti
ele se estende

quero te amar
sem te pedir

te desamarrar
o coração

parece demais
e ainda é pouco

tempo e solidão
no meu relógio

calar a voz
desativar o sonho
limitar o eterno

mudar a cabeça, enfim...


20 de set. de 2014

espada

a expressão
de um tórrido 
desejo

me assolava
a saudade 
do teu beijo

uma espada
de dois gumes
em nossa pele

de um lado
um deles cura
do outro, fere

um mesmo um

só um corpo
vários de mim
comungam
do mesmo pão
sabores alheios
de peles
semelhantes
espíritos
cravam nas mãos
a diferença
sobre o amor
de nada vale
se não tem
respeito
é quando
a vontade e o
poder
se rendem
ao sentimento bom
medida exata
sobreposta
na mesa 
entre os vários
de nós
pedaços
de um mesmo um






se perdeu, recupere

se perdeu
recupere

pois a fé é
em si mesma
o que move
os desejos
do homem

arbitrária
aos anseios
da fome

raiva
desespero
solidão

nessa era
a vida encurtou o romance
a mentira alcançou a verdade
o que era
é água que não mata a sede
escorre entre os dedos de tua mão

tua falta

arbitrário ao desejo
tua falta
me atrai o teu corpo
indivisivo
o suor é o que refaz
a calma
a entrega é razão
do meu alívio
dia passa
a noite chega rasa
o seu toque
invade meu abrigo
vai achando
que sou a sua casa
fecho a porta
e me abre um sorriso

por onde tu queres

deus vai contigo
por onde tu queres

nada demais
em seres
o que ele é

fato é o amor
que
condiciona
o pensamento
e não se mede

uma fé

seu amor
tem que dar
prazer

abundantemente
um rio
para o mar

romper
o horizonte
cavar
até achar

vejo espelhar
o dom
atrás
de lado
em frente
dentro
e fora
do coração
um corpo
um desejo
uma fé

desarma

desarma
vê se ama
que o campo
verde
cinzento permanece
o rio cristalino
é profundo
suas águas
correm para dentro
da imensidão
que se esbarra
no horizonte cruel
de palavras
desencontradas
entre dois corpos
que dissimulam
a paz
mas promovem
a guerra

entre o homem
e ele mesmo
mistérios
são sabores
de destinos
tortos
de respiros
impróprios
irregularidades
disfarçadas
de espera

respiro, suor e prazer

eram tantos
encontros
maria
que
o meu peito
ficou
em tuas mãos

me levavas
aonde
meu corpo
queria
debaixo
e acima
do chão

divinais
e evasivas
palavras
soltas no ar

céu me sirva
de abrigo
me faça
amigo
do sol

a semente
retorna
ao mistério
e vira
estrela

não me seja
arbitrário
maria
deixa
eu sentir
teu calor

tens um cheiro
de vida
respiro
suor
e prazer

9 de set. de 2014

um outro tema

sangrando
segrega
segredos
o coração
delega
desejos
e emoção

a faca
o pote
a parte
a fração
o rio
o norte
a sorte
a união

sentimento
nu
expõe
o que
não vejo
é cego
o coração

proponho 
um outro tema
que nos faça
além de nós
um novo um

um segredo

vou desvendar um segredo
embaralhar teu poder
sede de abraço
de prumo
de riso
meu mundo
eu pago pra vê


nessa cantiga
eu me ponho
lado a lado
com o prazer
não tenha medo
o presente
no fundo
pertence
a você

pra respirar
e agradecer

não custa nada
sentir

deixa pra ver
no que vai dar
só fica a opinião

vou me virar
por aqui
com o sorriso
na mão
lágrimas
eu não pedi
deixa eu ir por aí
pede o meu coração



6 de set. de 2014

caráter

teu caráter
vale o teu suor

se queira mais
doe-se menos

machuca
aos poucos
coração

deixa pra trás
esse lamento

seja intenso
o teu
amor

dentro de mim

tem momentos
que não sei parar
e divido o mesmo ar
com o amor

tua saudade
trouxe a solidão
e a palavra
se prendeu no céu
me sacia
se te saciar
sentimento cru
flor
pétalas

meus desejos
valem mais que eu
teu abraço
é rio pro mar

então
só vá
além do limite
mistério
ao se entregar

deixa passar
a ignorância
deixa
evaporar

evolução
um crime
ou vingança
um jeito
de chorar

mania então
voltar ser criança
ao ventre
se mostrar

sei não
meu bem
vou fazer as malas
pra sempre
viajar
melhor
partir
pra felicidade
dentro
de mim
achar

monumento

sinto-me
um monumento
erguido
no ventre
de minha mãe terra
nesse meio termo - amar

deixo fora
o sofrimento
sentido dentro do ser
o chão
vem me buscar
natureza eu sou teu filho
pedras, rios
mar e sal

sou teu
jeito de sentir
mesmo sem pensar
antes de me implodir
vejo o quanto é belo
o pôr
do teu sol
iluminar
meus pés

horizonte
firmamento
seja louco o quanto for
teu pão
vai saciar
as preces
do coração
e vencerás
enfim

serás amado
por quem sempre
te protegeu

eterna

eterna
é a vida que se fez
mais do menos
e menos do mais
desabriga o próprio
eu do eu
desapega do seu dom
de amar

tem momentos
que não sei de mim
outros
que me entrego demais
quanto tempo a perder
perdi
que agora
o tempo tanto faz

e pra medir
te basta a beleza
que nada mais será
do que teu corpo
vitória à quem pensa
achando
se perder
na ignorância
que o prêmio
é água parada
é de vento
é de pedra

selvagem

selvagem
pra domesticar
minha vontade
pulsa
a carne
iludindo
meu suor
medo
e prazer
se confundem
e meu amor
degela
aos poucos

pra te agradar
sou teu
ainda que o ar
fique raro
o que são doença
e cura
se demais
ou pouco
eu me entrego

vida é
encontro
e desencontro
feito ida e volta
céu e chão
onde tudo
é nada
e nada
é tudo
e tudo
não basta
ao coração

seja você

meça a palavra
e deixe solto o riso
prenda a tristeza
no olhar
finja
ser você
outra vez
queira
o absurdo
chegar
olhos
nos meus
olhos
pra ver
decida
e seja
você

consequência

intenção x (desejo + vontade + ação)
intenção x desejo = motivação
intenção x vontade = escolha
intenção x ação = ato

motivação + escolha + ato = consequência

meu coração se soltou

tô aprendendo
a aprender
aprisionar
desejo
solto

e decidindo
o que fazer
o coração
alheio
corpo

vou
me encostar
me atrever
insistir

olhos
no olhar
pra te ver
te sentir

meu coração se soltou

já não pertence ao meu corpo

meu coração se soltou

já não pertence ao meu corpo

tua falta

meu coração
não vai segurar
essa mania de sentir
a tua falta

a árvore
não resistiu
e derramou a semente
no tempo
que o sol
ficou pequeno
e a lua
se entregou
à terra como jamais visto

vamos fazer de nós
o encontro das estrelas
especiais
ao som da vida
enquanto dure
a nossa sorte
escolha
vida
morte
me levam à dança
à festa
o espirito ama além
da alma
e o corpo
media
o desejo

confisco

eu
vou confiscar
eu
de você

me mascarar
de mim

nada terei
demais
o que restar
do amor

ato
fato
mato
mato
eu de mim

quem sabe
renascer
noutras
palavra
e voz

antes da dor chegar
o sol possa aquecer
de noite me mostrar
na manhã, esquecer

você é luz

e nem adianta querer se esconder nas sombras
você é luz na escuridão

do verso, a rima
em baixo e acima
do prazer
que a solidão
foge acuada

não tem
noite
nuvem
neve
lua

insanidade
calma
censura

que te ofusque
a beleza

lembrança
do riso
que o pranto
se encurta

o melhor
é o necessário

sol aquece o imaginário
alma
encanta a deus
brilho
sai do coração
natureza de sonho
e espera

compreensão não se demora
chega junto com o amor

a liberdade é negra

a liberdade
é negra
igual os sonhos
de amor

é negra
feito um grito
solto na pele

quando
não sou tão forte
e amargo
fica o teu gosto
a solidão na alma
rodeia o corpo
alerta o dia
da noite vindoura

que a felicidade
não tem preço
é da cor
do sentimento bom

é negra
a liberdade nos olhos
crua
açoita o mal daqui de perto

noite que não termina

minha noite
maior que o dia
dores
vaidades
se mesclam na superfície da pele inóspita
feito clarão
noite e lua se dão às estrelas
tudo parece estar no mesmo lugar
menos eu
que me choco em você
faz nascer astros de nós mesmos
na noite que não termina

sol pequeno

tem mais a ver
o sol pequeno no olhar
a imensidão do seu entardecer
grandeza
tão pequeno existir
maior será se a dor me transportar
ao corpo que tem fome de sentir
virá com sua brisa clarear
cabeça, pele, crânio, pó
saudade
desejo é mistério de viver
e tentar ser enquanto
a vontade
querer
necessitar
acontecer

me perdoe

me perdoe
seja o tempo breve
queira o coração
encantar a mente
impedir
a dor
sorrir
não sofrer
amar
sem medir
dar
sem receber

nem sempre o que preciso
é o que quero

a boca sussurrando
o que a mente grita

pra agitar o corpo
acordar a indecisão

brota a semente no cerrado
queima pra romper
feito novela
vida e morte
em outro plano
meu pecado
é meu engano
que me torna
um cidadão

diferença
semelhança
danço eu
dança você

depois do sol

depois do sol
eu vou partir
em busca
do teu perdão
meu coração
solto no mar
vou desistir
e ficar
e esperar
o entardecer
ao lado de ti
solidão

coração confuso

ó coração
confuso
que
deixa
o meu
verso
assim

palavras
são ditas
na mente

escrevo
o que dela
somente

o que sente
do meu
coração

sorriso santo

vou parar de te amar
impedir a solidão
de ser um só
vou chorar
ou sorrir
só depende da vontade
o que excita além do ato
são os gestos
expressão de sofrimento
ou prazer
tua mão chega de cheio
e agarra o meu medo
de existir
soa triste o meu verso
é que brado no meu peito
a insistência
seja honesto
ou avesso
indigesto
imperfeito
o coração

para além de um sorriso
santo
olhares que divagam almas

protesto

  num tempo onde as tragédias são celebradas alguns tantos te querem triste, derrotado levante, sorria para o espelho, para a vida o teu sor...