16 de mar. de 2015

objeto

anjos prisioneiros
da sorte
lhes imposta

traíram a confiança
da ideia
venderam-se
aos demônios
entregando-lhes
suas asas

a música
cedeu
ao abandono

o choque
abalou as estruturas
de
deus

que o homem
tornou-se
alvo
das intempéries
do espaço
e
do
tempo

agora refém
do próprio
medo
de
amar

e não adianta
suplantar
o sonho
sem medir
a consequência
da escolha

nada
é maior
que um sorriso
por menor que
pareça

e a doença
tem que seguir seu curso
rumo ao absurdo
da cura
que não liberta da morte
o sujeito
mas
o seu objeto

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