15 de dez. de 2015

de barro

minha cultura é feita de barro
e quem diria ao homem outra coisa
pra todo lado só tem o dinheiro
prazer e medo vencem a verdade
o que me encanta não é o sorriso
que esconde a face nua do pecado
cabeça leve, mas a alma frita
tudo é demais e eu só vejo alarde
lá na cidade tem pessoas vivas
e no meu quarto eu morro novamente
igual a solidão de um cigarro
me chega à noite o peso da idade
e qual seria o sentido da luta
se todo mundo quer matar a fome
cada respiro se foi num segundo
o que eu quero é felicidade

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