15 de dez. de 2015

indulgente

não há quem nos entenda
nem mesmo quem escute
o grito das meninas
o choro do ladrão
me limitar à droga
fazendo mau seu uso
buscando um sentido
uma religião
nada é mesmo tudo
quando eu não sei direito
o que me mata aos poucos
alimentando a dor
finjo olhar lá fora
me escondendo dentro
pra suportar a moda
e resistir sozinho
me dê uma resposta
um sentimento fundo
uma saudade própria
um coração, um rumo
a sorte tem seu preço
a morte, um endereço
deus não me pediu nada
eu é que aceito tudo
você diz que me ama
depois se desconversa
julga os meus excessos
me caso à solidão
então, de volta à reza
e novamente ao ventre
romper a ida, a sorte
trincar, quebrar a lente
o mundo novo chora
a vida nova enche
o saco da demora
a paciência mente
deixa de ser agora
passado é vigente
futuro, uma memória
falido, indulgente

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