22 de fev. de 2016

empada

eu sou massa de empada crocante
que no sul se lambe o canto da boca
o recheio não tem nada de leve
tem sabor trans de gordura de afeto
que a luta segue em frente, de lado
sem saber qual é das partes que vence
perde até a compostura do gesto
que amar não vale o tempo que se perde
sobriedade é loucura na veia
o poente deixa rastros na noite
livres, mas bem amarrada a corrente
que nem sempre o sol brilha pra todos

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