Quem é você?
Me dê um momento, só um
instante da tua atenção:
Sou mais uma pessoa dentre
tantas que só querem entender o que se passa no mundo.
Transformaram-no num só.
Hoje o mundo que me rodeia não se importa tanto comigo, parece que ele tem vida
própria e quer ser compreendido tanto quanto eu. Ele não capta mais os momentos
imediatos da sensibilidade humana. Sob a bandeira da igualdade da informação (sua
alma), ele está mais preocupado em ecoar o grito da satisfação, da isonomia e
da imunidade.
Me afeta não perceber a
minha importância, dignidade ou felicidade. Adequação. É ao que ele me limita.
Ver sem sentir, comer sem saciedade, ouvir sem falar. A isso se reduziu o meu
consumo.
De novo pergunto:
“- Quem é você?”
Sinto a mácula sem ter a
culpa. A falta sem cometer o crime.
Óbvio demais pra minha
humilde educação. Fácil demais pro meu entendimento. Rápido demais pra minha percepção.
Você é o mundo? Quanta
objetividade, quanto tempo perdido.
Minha fala não atinge mais.
Voltar é impossível.
Irreversível.
Quanta informação, “ó mundo
cruel”. Pretensioso, ele só quer atenção. Influencia meu discurso.
“Quem sou eu?”
Faz-me questionar a minha
subjetividade, que se exaure diante da rapidez do seu pensamento.
Quem dentre nós ousa
questioná-lo.
Adequação, subjulgamentos,
calar a voz.
Minha distinção é nada
perante sua força.
Minha sabedoria sucumbe à
sua.
“Quem somos nós?”
Conduz-me às águas profundas
da tua sabedoria...
“Mundo” pequeno. “Nós”,
minúsculos. “Eu”, o nada.
So Broken
Aqui vou eu
Eu estou tão quebrada,
Tento aterrizar,
Estou tão quebrada,
Estou tão...
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