19 de fev. de 2012

A Droga da Obediência

Assim me dizia meu pai na infância
Na cruz encontramos a paz na angústia
E não digerimos a carne da sexta
Enquanto Maria, aos pés do inocente
Seu filho, tão pobre, seu pai tão ausente
E juntos na perda nós cremos no ganho

Então como vedes não fui eu somente o culpado
Não me permitia pensar diferente dos antigos sábios 
E com distinção, discriminação do medo de um pecador
Ia entendendo que o mundo podia assumir a figura do mal

Assim, a partir dessa escolha, meio dissimulado tracei um caminho
E já não pensava sobre as migalhas e das artimanhas do céu 
Pra mim o que cria não nutre nem sente que bem mais carente é o tempo final
Antes, tem pecados não tão saborosos que a palavra divina no rito do mal
E com covardia eu lia e deixava que a empatia delegasse minha escolha e, então
Assim eu vivia, pregava, comia os pedaços de pão corporal
Com ele, por ele, e, nele eu me conduzia e bebia o seu sangue.







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