6 de fev. de 2012

À Esses Versos Inversos

Águas que ponderam minha sede
Tempo que não esconde o meu rosto
Sóis que dia-a-dia me consomem
Histórias acumuladas ao longo das águas
Que traem o tempo
Escondem-se do sol

Estou naquela mesma rua
Naquela casinha

Em nada mudou o meu quarto
A cama ainda confere um nobre conforto
Meu cofre guarda em segredo nossas joias
Fantasias e prantos

Lá estão meus filhos
Morando comigo

Há tempos em que o instante sutilmente
Lembra da fala calma e mansa

Há histórias em que teu nome se insere
Em muitas vezes, advém aleatório

Meu insucesso não descansa
Minha insistência é minha lida diária

Meus filhos choram o pão cotidiano
Eu choro meu lamento inconsistente
Pois à fome da prole ao pai é levado
E o tempo à esses me é insuficiente

Amores se vão
Vidas insistem
Filhos ainda insistem
Amores permanecem

Inversamente proporcional
É o amor

Peleja de alguns
Mérito de outros
Necessidade contingente da humanidade





2 comentários:

  1. Essa foi direcionada?
    Parece que está acontecendo um contra-tempo amoroso que se reflete em várias áreas da vida de cada personagem. Acabo por concordar com você!

    "Amores se vão
    Vidas insistem
    Filhos ainda insistem
    Amores permanecem"

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  2. Exatamente. O verso deixa subentendido as intenções dos personagens, que são distintas.

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