Salvai-nos
Mesmo que a dor tenha cessado
Antes, durante e após o ocaso
E o fim comece derradeiro
Salvai-nos
Que a luta vem e se insinua
E o coração não continua
A cometer insanidades
Salvai-nos
Da intersubjetividade
Da graça ou culpabilidade
De meus desejos e instintos
Salvai-nos
De qualquer indisposição
Da falta que pela razão
Guarda a matéria, esquece o homem
Salvai-nos
De nós mesmos, da loucura
Do descompasso, desventura
Que recomeçam enquanto durmo
Salvai-nos
De toda sorte intolerante
Dos pés que em vão, rumam adiante
Não chegando a lugar algum
Salvai-nos
Da criação que discrimina
Do criador que abomina
As nossas faltas e transgressões
Salvai-nos
Dos gritos que pedem socorro
Da voz do pai, da voz do morto
Da escuridão que não vacila
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