Que resto de amor, quase nada
Apaguei na parede o cigarro
Desculpei-me com a mãe o meu erro
E acertei com destreza o alvo
Hoje não tenho a mesma força
E caminho sem ter a certeza
Pois a mão só quer mais pureza
E não identificar o preço
Para então me doar sem medo
E amar sem pedir retorno
Minha estrada se fez mão-dupla
Ao deixar o coração sem dono
Logo a mão da pureza veio
Alistou-se no meu desejo
E bem junto ao toque e beijo
Hoje cumpre o seu destino
E deus ama sem pestanejo
E deitando-se perto, entende
A mania do ser humano
Todo dia refaz seu canto
Pra amar sem jamais cobrança
Os corpos querem apatia
Mesmo que por alguns segundos
Minha mente se une à pele
Pra ser deus e guiar o instinto
E rumando em torno ao gozo
A semente quer ser plantada
E brotada no chão sem fundo
Sem dono, sem deus, sem rumo
Pra depois entender na espera
E então esperar na terra
Água pura como tuas mãos
tão suaves deslizam dentro
Pra tentar distrair o que penso
Decidir qual caminho eu sigo
Satisfaço inutilmente
E peço em orações, desfecho
Dar à mão da pureza o toque
E da terra infértil o fruto
E preciso de alguns cuidados
E assim com total sentido
Sou o que já não se esperava
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