3 de mar. de 2012

O engano velado no íntimo

O céu despencou como uma ingrata esperança
O dia fez-se noite repentinamente
Eis que de repente, as estrelas resistiram à tamanha ignomínia
E a Lua temia a retaliação dos deuses

Eis que então a voz enfurecida saía rastejada como uma cobra:
- Por que me desobedeceste! 

Não se sabia aos olhos do Pai, que tudo conhecera, que as estrelas passam o tempo inteiro enganando. Não sabia aquele que tudo sabe, que a dor mais que a agonia, fica velada no íntimo. Lá onde existe uma série de subterfúgios.

As estrelas reivindicavam um pouco de moralidade aos olhos do Justo. 

E impiedosamente, as flechas surgiram do breu atingindo o coração da alma alienada. 
Aos poucos, o brilho ia se apagando. Penitente. Decadente.
Despencavam uma a uma.

O peito perecera. A alma guardiã dos seus segredos, não resistira mais à traição incestuosa, e, pouco a pouco, corrompeu-se. O preço da resistência é como o engano, velado no íntimo. 

Os crimes se fabricam até quando - "em verdade, em verdade" - mentimos, pois, a cultura da prole responde sorrateiramente aos pedidos do pai. 







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