13 de jun. de 2012

Hora sexta

Os retalhos vou juntando
Pra compor a melodia
Meus pedaços, meus enganos
Vão tecendo a rouparia

Uma noite de descanso
Para o pai custou-lhe a culpa
A serpente e seu plano
Enganar é sua conduta

Houve um tempo sobre-humano
Em que o mal não existia
Quer de peles, quer de pano
O corpo não se vestia

Pode-se mudar o rumo
Será erro enganar-se?
Se não sei compor juízos
Deus cumpriu a sua parte?

Estará a liberdade
Nas mãos do onisciente?
Quem decidirá no jogo
Será d'ele o encargo
Quando sei que vou pro ralo
Onde não cresce a semente?
Que invade o pensamento
Mágoa, dor, esquecimento
Bem à cruz ou mal à besta

Será o pai, será o filho
Quem badalará o sino
Ao raiar da hora sexta?









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