25 de jun. de 2012

A máquina do tempo

Ah... Se o agora me fosse o outrora!

Iria sem demora
Voltar ao momento presente
Pra mostrar, embora o crime,
Que no peito se esconde a memória

Se nela eu pudesse reescrever, qual livro da vida
Rechaçaria como nunca o fizera
Escolheria outras verdades
Semearia além desses campos inférteis

Abandonaria o próprio umbigo
E romperia os nós ao encontro de laços
E na estupidez desmerecida, a cada enclaustro de injustiça
Deus desistiria do próprio céu pra atender o homem fraco
Pois a lembrança apelaria ao eterno no momento oportuno 

Ah... Se o agora me fosse o outrora!

Todo o perdão seria ínfimo
E toda mágoa desistiria de atormentar a alma
Toda mazela seria cauterizada 
Sarada a ferida que emerge na pele cansada do sol 
Canções de um exílio se espalhariam aos ouvidos feito fumaça
Os vícios achariam seu lugar certo no tempo
As vontades entenderiam a demanda da fome
Ao invés da pressa, os pés achariam passos calmos
E a morte escolheria viver, mesmo que o tempo
Encolhesse o desejo, encurtasse a palavra

Ah... Se o agora me fosse o outrora!





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