Meu estômago
Se consome de si mesmo
Feito cruz, pingente de ombro
Feito mágoa martelando a consciência
Igual orgasmo sem destino que o alcance
O sangue, a fome, o respiro
O que de fato me resta, senão sobreviver?
Do que me empresta a moral,
Coisas a obedecer?
E deus,
Às forças escondidas, me submeter?
Enquanto o fluxo
Ainda o pulso
Mais não desisto
De existir
E coexisto
Com o outro
Que teima em confundir-me
Em laços, em beijos, enfeites
Ódios, outros sentimentos ruins
Enquanto o fluxo,
Resisto
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