As asas da humanidade comungam nesses tempos de uma incomum moral estabelecida. Traio meus princípios a todo momento. As circunstâncias vão dosando o dia-a-dia. O limite incondicional do amor abaixa a cabeça. O itinerário o conduz por caminhos estreitos, mascarado pelo tempo, pela água turva do conhecimento. Desde quando tentaram definir questões sobre o homem e seu comportamento, é que nos instalamos no tempo. O dom de perpetuar a espécie se transformara. As urgências se relativizam. O corpo ignora certas questões outrora relevantes. Meus pais me educaram à luz de uma verdade. Verdade que pregava a obediência subserviente. Nunca a indução me foi uma forma de transcendência jamais deixada de lado. Ter como verdade mistérios incognoscíveis a olho nu, concorrem com as arestas e cicatrizes presentes em minha pele. As carrego como pingente. Joia muito rara. Rara como a semente que se concede ao fogo para germinar. Este é o sentimento que alheio à própria pele, resiste em aceitar. Dom são os filhos. Como impedir ao pensamento algo que lhe foge à lógica? Como insistir, qual o vento que a toda força que lhe é concedida pela sua mãe maior, teima em derrubar o teto do meu abrigo? Quanto aos meus iguais, desejo-lhes sorte. Sorte pela escolha. Converto-me sem questionar a vontade. Meus pecados sempre me acompanharam. Nunca à própria sorte me encontrara nas situações de escuridão. Lá se escondiam verdades absolutas. No interior da noite é que os filhos, embora já adultos, se recolhem aos braços do pai. Curvar-se ao beijo alheio não me isenta da obrigação de perguntar-lhe o nome. Repare que entre todos nós que convivemos, sempre houve um demasiado louco que propusera ir ao encontro da droga certeira. Loucuras de lado, nos concentremos diante da nossa mãe maior. Peço um minuto de silêncio. Não desista do sonho, mesmo que este insista em vir todas as noites. Sinal de cansaço como se um braço de água sucumbisse à poluição. O homem se esquece que a vida é tão efêmera. E as ligações sonoras da fala, disturbam a alma sedenta de composição. Explode em versos, mistérios e equações de todos os tipos. Assim está a alma que bate na face do corpo doente. E peles e pelos se borram em gelo, a dor é eminente. O sol empobrece com peso da idade. A perna encurta o passo rumo à porta central. Sempre adiante estão militantes, jardineiros da saudade e mulheres de corpos morenos. Estão reunidos pra entender como as pessoas se comportam. As mulheres morenas viam as pessoas como rivais de suas próprias invejas. Não foram capazes de absorver tamanha sabedoria. Se deixaram levar como um único pano bem fino numa noite fria. Já os jardineiros ousaram plantar no campo da saudade meus dadaísmos repletos de frases com um nexo duvidoso. Eles com especificidade, vão jogando as sementes da fala. E de quando em quando, o homem visionário que cuida do meu jardim, vem regar com entusiasmo. A colheita parece próxima. O tempo perdeu seu intuito quando o homem resolveu andar com as próprias pernas. Logo avistei próximo meu portão um grupo de militantes. Levantavam bandeiras de todos os tons, países e coisas mais. Proferiam sofismas encarando verdades. Abriam o caminho como um bandeirante. Pena não prestar muita atenção no que vai destruindo pela frente. Minhas ideias nesse instante se confundem nos versos insanos dessa fala. Falo de alguns momentos. Falo de mim mesmo, pois não aguento muito o silêncio do papel em branco. E vamos usando a fantasia do dia-a-dia. Preciso de uma droga que me conduza a mim mesmo. A pele e o pelo não suportam mais viver uma moral de bandidos que não assumem o próprio crime. Ladrões do carinho interrompido pela violência de quem te deveria respeito. Roubam o corpo e furtam a alma. Dividido está meu coração nessa noite que não dorme. Assumo o gueto, a tribo insalubre dos meus desejos. Posso também militar morais tão bem aceitas ou até mesmo colher dos meus frutos. Assim posso então dispensar algo de mim mesmo. Traga para mim o lençol. Acho que já secou ao vento frio. Vou embrulhar-me no manto de minhas confusões. Vou me retratar com o espelho interior. Estou precisando dar um tempo pra mim mesmo. Aberto está o coração do homem que não usa do outro quando entoa seu canto de liberdade. Vou construir minha própria ponte. As asas vão se abrindo e fechando cada vez mais forte rumo à ventania.
21 de jan. de 2012
Asas
As asas da humanidade comungam nesses tempos de uma incomum moral estabelecida. Traio meus princípios a todo momento. As circunstâncias vão dosando o dia-a-dia. O limite incondicional do amor abaixa a cabeça. O itinerário o conduz por caminhos estreitos, mascarado pelo tempo, pela água turva do conhecimento. Desde quando tentaram definir questões sobre o homem e seu comportamento, é que nos instalamos no tempo. O dom de perpetuar a espécie se transformara. As urgências se relativizam. O corpo ignora certas questões outrora relevantes. Meus pais me educaram à luz de uma verdade. Verdade que pregava a obediência subserviente. Nunca a indução me foi uma forma de transcendência jamais deixada de lado. Ter como verdade mistérios incognoscíveis a olho nu, concorrem com as arestas e cicatrizes presentes em minha pele. As carrego como pingente. Joia muito rara. Rara como a semente que se concede ao fogo para germinar. Este é o sentimento que alheio à própria pele, resiste em aceitar. Dom são os filhos. Como impedir ao pensamento algo que lhe foge à lógica? Como insistir, qual o vento que a toda força que lhe é concedida pela sua mãe maior, teima em derrubar o teto do meu abrigo? Quanto aos meus iguais, desejo-lhes sorte. Sorte pela escolha. Converto-me sem questionar a vontade. Meus pecados sempre me acompanharam. Nunca à própria sorte me encontrara nas situações de escuridão. Lá se escondiam verdades absolutas. No interior da noite é que os filhos, embora já adultos, se recolhem aos braços do pai. Curvar-se ao beijo alheio não me isenta da obrigação de perguntar-lhe o nome. Repare que entre todos nós que convivemos, sempre houve um demasiado louco que propusera ir ao encontro da droga certeira. Loucuras de lado, nos concentremos diante da nossa mãe maior. Peço um minuto de silêncio. Não desista do sonho, mesmo que este insista em vir todas as noites. Sinal de cansaço como se um braço de água sucumbisse à poluição. O homem se esquece que a vida é tão efêmera. E as ligações sonoras da fala, disturbam a alma sedenta de composição. Explode em versos, mistérios e equações de todos os tipos. Assim está a alma que bate na face do corpo doente. E peles e pelos se borram em gelo, a dor é eminente. O sol empobrece com peso da idade. A perna encurta o passo rumo à porta central. Sempre adiante estão militantes, jardineiros da saudade e mulheres de corpos morenos. Estão reunidos pra entender como as pessoas se comportam. As mulheres morenas viam as pessoas como rivais de suas próprias invejas. Não foram capazes de absorver tamanha sabedoria. Se deixaram levar como um único pano bem fino numa noite fria. Já os jardineiros ousaram plantar no campo da saudade meus dadaísmos repletos de frases com um nexo duvidoso. Eles com especificidade, vão jogando as sementes da fala. E de quando em quando, o homem visionário que cuida do meu jardim, vem regar com entusiasmo. A colheita parece próxima. O tempo perdeu seu intuito quando o homem resolveu andar com as próprias pernas. Logo avistei próximo meu portão um grupo de militantes. Levantavam bandeiras de todos os tons, países e coisas mais. Proferiam sofismas encarando verdades. Abriam o caminho como um bandeirante. Pena não prestar muita atenção no que vai destruindo pela frente. Minhas ideias nesse instante se confundem nos versos insanos dessa fala. Falo de alguns momentos. Falo de mim mesmo, pois não aguento muito o silêncio do papel em branco. E vamos usando a fantasia do dia-a-dia. Preciso de uma droga que me conduza a mim mesmo. A pele e o pelo não suportam mais viver uma moral de bandidos que não assumem o próprio crime. Ladrões do carinho interrompido pela violência de quem te deveria respeito. Roubam o corpo e furtam a alma. Dividido está meu coração nessa noite que não dorme. Assumo o gueto, a tribo insalubre dos meus desejos. Posso também militar morais tão bem aceitas ou até mesmo colher dos meus frutos. Assim posso então dispensar algo de mim mesmo. Traga para mim o lençol. Acho que já secou ao vento frio. Vou embrulhar-me no manto de minhas confusões. Vou me retratar com o espelho interior. Estou precisando dar um tempo pra mim mesmo. Aberto está o coração do homem que não usa do outro quando entoa seu canto de liberdade. Vou construir minha própria ponte. As asas vão se abrindo e fechando cada vez mais forte rumo à ventania.
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