21 de jan. de 2012

À Janela


                         Filhos de uma cultura machista
                     Arroz e feijão da preguiça
                  Fingimos amor sem medida
               Damos do que temos e é pouco
             Divirto-me ao som dos meus bichos
          Acordei bem cedo pra missa
        Pra sentar-me perto do altar
       Já não tenho muitos amigos
        Restringido está o espírito
          Que só quer repouso e alimento
           Mães e pais em torno da mesa
            Não chegaram ainda os filhos
             Desolados ao som do Roberto
              Que traduz qualquer sentimento
               Em indefinida esperança
                A mulher espera alguns dias
                 E não tem retorno do amado
                  Em suaves contorcionismos
                   Sobrevive o amor a duras penas
                    Filhos de uma terra alheia
                     Não conheço quase nada de mim
                      E os olhos entristecidos
                       À janela, perseverantes
                      À janela, perseverantes
                      E os olhos entristecidos
                     Não conheço quase nada de mim
                    Filhos de uma terra alheia
        Sobrevive o amor a duras penas
      Em suaves contorcionismos
    E não tem retorno do amado
           A mulher espera alguns dias
         Em indefinida esperança
       Que traduz qualquer sentimento
     Desolados ao som do Roberto
    Não chegaram ainda os filhos
  Mães e pais em torno da mesa
Que só quer repouso e alimento
Restringido está o espírito
 Já não tenho muitos amigos
     Pra sentar-me perto do altar
       Acordei bem cedo pra missa
         Divirto-me ao som dos meus bichos
           Damos do que temos e é pouco
             Fingimos amor sem medida
               Arroz e feijão da preguiça
                                                    Filhos de uma cultura machista

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