13 de fev. de 2012

Maria, pequena Maria

Maria com sorte escapou da morte ao dar vida ao seu primeiro

Como não sabia direito da vida, da luz, do derradeiro

Por ser tão miúda, tão frágil, confusa, entregou-se por inteiro

O corpo carente, eis que de repente assumiu-se ao passageiro

Nasceu como um broto, uma flecha, engodo, o pequeno companheiro

Bonecos e troços, família, remorso, produziu-se então, ao meio

A ingenuidade e sua fraca vontade não bastaram-se e alheio

Às desconfianças, às fortes lembranças de seu pai, tão desordeiro

De quem é a culpa, se a própria conduta da família tinha um cheiro

De fracas mudanças, de podres cobranças de um amor não verdadeiro

Sua mãe foi ausente, o pai mais demente que o engano do estrangeiro

E hoje se sabe que bem na verdade, uma dor surge no peito

E o amor vira mito, utópico rito nos lares brasileiros.


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