e o dia passa lentamente
já o coração não segura o seu ritmo
o ar escureceu o meu entorno
que o copo de café virou cinzeiro
o sol tingindo a cortina de amarelo
enquanto o meu sorriso se intimida
as mãos que tocam a pele áspera
não tocam mais os cabelos vermelhos
nem o íntimo, que se disfarça de caráter
para ser lembrado no dia do juízo
a voz semitona à medida do desejo
e os olhos se enchem de água
29 de ago. de 2013
28 de ago. de 2013
teu canto
a tua pele incende a alma
que me desperta de um sono de dor e descaso
e o corpo expele toda a água
para lavar o teu jeito ruim e o teu gosto salgado
o mesmo sol que aquece a chuva
é o que se esconde atrás dos teus olhos de sangue
que tua lágrima acalma o amor que nada sabe
e o coração é quem me leva ao teu canto
em extrema tensão que foge a fala
e a resistência escorre pelos dedos
alcança o desejo pelo meio onde começa
te tenho inteiro ou às metades
e vou por onde o teu canto me leva
que me desperta de um sono de dor e descaso
e o corpo expele toda a água
para lavar o teu jeito ruim e o teu gosto salgado
o mesmo sol que aquece a chuva
é o que se esconde atrás dos teus olhos de sangue
que tua lágrima acalma o amor que nada sabe
e o coração é quem me leva ao teu canto
em extrema tensão que foge a fala
e a resistência escorre pelos dedos
alcança o desejo pelo meio onde começa
te tenho inteiro ou às metades
e vou por onde o teu canto me leva
desejo distante
Sou
Mas
Não
Sinto
Dou
Nada
Tenho
Que
Sobra
Enquanto
Falta
Sentido
Presente
Longe
Desejo
Distante
Mas
Não
Sinto
Dou
Nada
Tenho
Que
Sobra
Enquanto
Falta
Sentido
Presente
Longe
Desejo
Distante
26 de ago. de 2013
teu inimigo
abra a cabeça!
teu inimigo está por perto
o seu caminho não é certo
e seu prazer é duvidoso
ele é o revés do feto
à tua imagem, ele é o inverso
quer só roubar o teu tesouro
se impõe acima do direito
a vida vale algum preceito
trocando fé por ilusão
ser diferente é defeito
julga normal o preconceito
pra enganar teu coração
teu inimigo está por perto
o seu caminho não é certo
e seu prazer é duvidoso
ele é o revés do feto
à tua imagem, ele é o inverso
quer só roubar o teu tesouro
se impõe acima do direito
a vida vale algum preceito
trocando fé por ilusão
ser diferente é defeito
julga normal o preconceito
pra enganar teu coração
outra espera
e pra deixar a vontade
escapar do sentimento,
prendo o medo na fala
e solto no meu pensamento
e quando parecer que tudo
não passou de um sonho,
acordo o desejo
e adormeço o abandono
mesmo que se agrida,
a verdade não se cala
enquanto arder a chama,
o teu coração - não traia
cabeça aberta ao corpo fechado
se o amor é em vão, os desejos são vis
que a árvore não foge do machado
leva com o passado sua raiz
que o fogo se alia ao vento
e a pele é tatuada pelo tempo
ao escurecer, acendo minha vela
já o coração que reinvente outra espera
escapar do sentimento,
prendo o medo na fala
e solto no meu pensamento
e quando parecer que tudo
não passou de um sonho,
acordo o desejo
e adormeço o abandono
mesmo que se agrida,
a verdade não se cala
enquanto arder a chama,
o teu coração - não traia
cabeça aberta ao corpo fechado
se o amor é em vão, os desejos são vis
que a árvore não foge do machado
leva com o passado sua raiz
que o fogo se alia ao vento
e a pele é tatuada pelo tempo
ao escurecer, acendo minha vela
já o coração que reinvente outra espera
25 de ago. de 2013
o pulsar do coração
o passado é a causa do presente
reação da ação
meu futuro é o nada se ausente
anda minha decisão
e para desatinar a sobriedade
bebo um copo ao meio de vontade
pra afastar a solidão
no café, só um pouco de conhaque
no cigarro, outro trago de saudade
na cabeça, o pulsar do coração
reação da ação
meu futuro é o nada se ausente
anda minha decisão
e para desatinar a sobriedade
bebo um copo ao meio de vontade
pra afastar a solidão
no café, só um pouco de conhaque
no cigarro, outro trago de saudade
na cabeça, o pulsar do coração
24 de ago. de 2013
meus segredos
e dos sonhos, qual a parte
que o liga à realidade?
o desejo à vontade
imaginação à arte
alegria ao desespero
o silêncio ao apelo
o encanto à maldade?
é que à noite eu tive medo
de um jeito diferente
nesse sonho eu me via
você lia a minha mente
eram teus os meus segredos
nada, nada eu escondia
que o liga à realidade?
o desejo à vontade
imaginação à arte
alegria ao desespero
o silêncio ao apelo
o encanto à maldade?
é que à noite eu tive medo
de um jeito diferente
nesse sonho eu me via
você lia a minha mente
eram teus os meus segredos
nada, nada eu escondia
22 de ago. de 2013
Meu canto
Aos retalhos da noite, o que é raro
Ao meu corpo de ferro, tua mão
Ao café da manhã, um cigarro
Ao romance vindouro, a paixão
Que o tempo de deus não me cabe
Me fraciono em pedaços no chão
Tua ausência só causa saudade
Teus apelos desfazem meu não
Reinvento em mim a esperança
E disfarço na chuva meu pranto
Me conforta a tua lembrança
Tua imagem inspira o meu canto
Ao meu corpo de ferro, tua mão
Ao café da manhã, um cigarro
Ao romance vindouro, a paixão
Que o tempo de deus não me cabe
Me fraciono em pedaços no chão
Tua ausência só causa saudade
Teus apelos desfazem meu não
Reinvento em mim a esperança
E disfarço na chuva meu pranto
Me conforta a tua lembrança
Tua imagem inspira o meu canto
21 de ago. de 2013
De cor
Fumei
As mazelas do tempo da escravidão
Aqui
E na pele do preto o sangue ecoou
Tem dó
A cabeça tá feita e o corpo fechou
A sós
Me voltei para dentro do interior
Sei não
A pobreza na mente castiga o porvir
Pensei
Do interno a clareza emana o existir
O dom
Tava bem escondido no meio do não
Chorei
E tentei disfarçar a minha condição
Tem mais
As sequelas de outrora, agora revi
Cantei
Nessa terra bendita um pouco de mim
Pra dar
Mais visibilidade ao negro e irmão
De cor
Integrado na alma de nossa nação
As mazelas do tempo da escravidão
Aqui
E na pele do preto o sangue ecoou
Tem dó
A cabeça tá feita e o corpo fechou
A sós
Me voltei para dentro do interior
Sei não
A pobreza na mente castiga o porvir
Pensei
Do interno a clareza emana o existir
O dom
Tava bem escondido no meio do não
Chorei
E tentei disfarçar a minha condição
Tem mais
As sequelas de outrora, agora revi
Cantei
Nessa terra bendita um pouco de mim
Pra dar
Mais visibilidade ao negro e irmão
De cor
Integrado na alma de nossa nação
sobre a ilusão
ao enfrentamento, crise
aborrecimento, grito
ao estranhamento, encanto
desentendimento, espanto
e qual será a minha culpa?
julgam tão mal minha conduta
e quantos, quais foram os erros?
quem dera a condição de cristo
e se de lá tivesse dito
da verdade interior
aquela que vem do instinto
do animal, do criador
valha-me deus que o absurdo
é que escuto e mesmo surdo
eu não te ouço de manhã
lá pela tarde eu adormeço
e no mesmo sonho eu vejo
a ilusão me despertar
aborrecimento, grito
ao estranhamento, encanto
desentendimento, espanto
e qual será a minha culpa?
julgam tão mal minha conduta
e quantos, quais foram os erros?
quem dera a condição de cristo
e se de lá tivesse dito
da verdade interior
aquela que vem do instinto
do animal, do criador
valha-me deus que o absurdo
é que escuto e mesmo surdo
eu não te ouço de manhã
lá pela tarde eu adormeço
e no mesmo sonho eu vejo
a ilusão me despertar
coberta de neve
Em teu amor serei o que o eleve
O eterno custa o tempo de uma vida
Nos gestos a intenção é quem convida
Largar de mão a culpa que é breve
Naquela paisagem coberta de neve
Se encontra a verdade dividida
Se encobrir no branco, escondida
Ou se entregar ao fardo nada leve
É onde a vida se compõe de arte
E o sonho se limita às vontades
De perto ou longe levo-te comigo
O corpo cobrando necessidades
E a cabeça firme no juízo
Já o coração sem pena se reparte
O eterno custa o tempo de uma vida
Nos gestos a intenção é quem convida
Largar de mão a culpa que é breve
Naquela paisagem coberta de neve
Se encontra a verdade dividida
Se encobrir no branco, escondida
Ou se entregar ao fardo nada leve
É onde a vida se compõe de arte
E o sonho se limita às vontades
De perto ou longe levo-te comigo
O corpo cobrando necessidades
E a cabeça firme no juízo
Já o coração sem pena se reparte
20 de ago. de 2013
A loucura da razão
Me entregar ao teu abraço
Desavisar o meu cansaço
Que te domine o coração
Perca o medo desatento
Livra o espírito do tempo
A começar da indecisão
Nesses versos lhe devolvo
O recente, o velho, o novo
A loucura da razão
valor da vida
os olhos são os espiões do corpo
a nuvem é a guardiã da chuva
a vela, sentinela ante o morto
os passos são guiados pela rua
a lógica engana a incerteza
o mágico ilude a razão
a sombra subsiste à beleza
cabeça se iguala ao coração
quem ama guarda a felicidade
que a tua tristeza causa espanto
ao lado, dentro ou fora da cidade
por onde vai carrega o seu pranto
refém, à revelia desses versos
que teu amor o mundo não duvida
nós somos tão pequenos no universo
grandes ao perceber o valor da vida
a nuvem é a guardiã da chuva
a vela, sentinela ante o morto
os passos são guiados pela rua
a lógica engana a incerteza
o mágico ilude a razão
a sombra subsiste à beleza
cabeça se iguala ao coração
quem ama guarda a felicidade
que a tua tristeza causa espanto
ao lado, dentro ou fora da cidade
por onde vai carrega o seu pranto
refém, à revelia desses versos
que teu amor o mundo não duvida
nós somos tão pequenos no universo
grandes ao perceber o valor da vida
permita-se
o que me eleva
é onde me leva
a canção
o que me instiga
nem sequer castiga
o amor
e o que maltrata
mata o que me mata
de prazer
nem a luz do dia
rompe essa mania
solidão
é que pra recriar
vai ter que renascer
permita-se amar
para melhor viver
é onde me leva
a canção
o que me instiga
nem sequer castiga
o amor
e o que maltrata
mata o que me mata
de prazer
nem a luz do dia
rompe essa mania
solidão
é que pra recriar
vai ter que renascer
permita-se amar
para melhor viver
canção para o pôr do sol
espero o dia repousar
para então eu espiar
no morro, o entardecer
o sol nas nuvens descansar
no horizonte se esconder
a cor do céu se transformar
os meus pedidos, conceder
e o sonho se realizar
que o amor possa chegar
com o respeito se encontrar
à Deus, sempre agradecer
e à natureza, se integrar
para então eu espiar
no morro, o entardecer
o sol nas nuvens descansar
no horizonte se esconder
a cor do céu se transformar
os meus pedidos, conceder
e o sonho se realizar
que o amor possa chegar
com o respeito se encontrar
à Deus, sempre agradecer
e à natureza, se integrar
19 de ago. de 2013
se o amor chegar
se o amor chegar, aceite
não fique a sós
antes de amar, respeite
durante e após
se distanciar, estreite
e refaça os nós
18 de ago. de 2013
o céu sem o teu colo
jurei te defender por toda a vida
ou o tempo que durasse o nosso amor
o sol sem a tua luz não irradia
o céu sem o teu colo, não tem cor
eu tenho uma razão
muito imprecisa
deixo o coração
se arrepender
a rua sem teus passos
fica vazia
o tempo perde a pressa
a noção
a rosa sem teu cheiro
não tem graça
o verso não se encaixa
na canção
ou o tempo que durasse o nosso amor
o sol sem a tua luz não irradia
o céu sem o teu colo, não tem cor
eu tenho uma razão
muito imprecisa
deixo o coração
se arrepender
a rua sem teus passos
fica vazia
o tempo perde a pressa
a noção
a rosa sem teu cheiro
não tem graça
o verso não se encaixa
na canção
A maldição das sombras de Almadã
Pouco a pouco o riso abria-se. Como por encanto, tornava-se... O vento achegara-se até a janela, mas foi impedido pelas mãos de Elian. Lá mesmo ficou. O brilho de um raio vindo do chão da sala irrompeu-se formando uma nuvem que ligava o seu interior aos olhos de quem se atrevia mirá-lo. Muitos o fizeram, e desde então, nunca mais enxergaram. E o coração daquela mulher naquele exato momento resolveu parar. Era Lia, anunciando mais um tempo de aflição. Sua maldição era carregada de mistério e de estranheza por parte da população de Açaigon, principalmente suas irmãs, Elma e Plena. Desde que fora acometida pela maldição dos sonhos de Agan, demônio das montanhas sagradas ao norte de Almadã, sofre com a perda da guarda de seu filho por suas irmãs, há vinte e dois anos, como manda o código dos Murais de Areia. Só a morte do filho mais novo de Agan, Opus, seria capaz de libertá-la das mãos das montanhas sagradas do norte.
Mulher com o corpo formado de estrelas. Seu coração é feito um planeta a girar no sentido ante horário. Mãos de nuvens, pés de vento, vive escondida na floresta da noite. Só seu filho é capaz de tirá-la do poder das matas. Só ele é quem pode interpretar suas cantigas, maneira de como fala nos sonhos. Chora em forma de chuva. Pensa com os olhos, estrelas maiores de seu corpo.
Mas o que levaria a mulher de Agenon, o político, sofrer com tamanha maldição? Retaliação por conta do desaparecimento de Elianã, a guerreira, tomada em posse por Agan? Desde o desaparecimento de Agenon, quando foi acometido pelas sombras de seu filho - os filhos varões são guardados pelas sombras e nem mesmo seus pais podem participar de seus poderes - o que teria acontecido com Elianã, a guerreira, ninguém sabe ao certo. Agenon, motivado pela vaidade e ganância, não poupou seu próprio rebento. Jamais queira ter a sombra de seus primogênitos em seu poder. Mas Agenon não foi o único a querer participar de tão precioso encanto. Quem tem a sombra em seu poder, tem também a proteção do tempo. Onde há sombra, reina a claridade. É o sonho de Lia que ilumina os passos de seu filho. Parar-lhe o coração é deixá-lo sem a proteção à noite.
o sol e o espinho
no caminho da flor
tem um espinho
que ao tocá-lo, feriu
minha mão
veio o sol a se pôr,
seu destino
com sua tarde levou
meu coração
que nem o endereço
quis deixar
e nem que se pague o preço,
me soltar...
amanhã eu apareço
na aurora, recomeço
se o sol talvez, voltar
tem um espinho
que ao tocá-lo, feriu
minha mão
veio o sol a se pôr,
seu destino
com sua tarde levou
meu coração
que nem o endereço
quis deixar
e nem que se pague o preço,
me soltar...
amanhã eu apareço
na aurora, recomeço
se o sol talvez, voltar
estranheza
o que causa estranheza, eu percebo
e a voz do silêncio, se cala
finjo só opinar, repreendo
o que penso não exprimo na fala
é sentimento que causa saudade
e momentos que acendem desejos
de estar longe de qualquer maldade
e bem perto da boca, o teu beijo
vamos reencontrar a mandala
e mudar a mobília da sala
retocar a parede amarela
libertar nossa cama da cela
o desejo se mata com a fome
a vontade, com persuasão
é alimento que não tem nome
é verdade que não tem razão
e a voz do silêncio, se cala
finjo só opinar, repreendo
o que penso não exprimo na fala
é sentimento que causa saudade
e momentos que acendem desejos
de estar longe de qualquer maldade
e bem perto da boca, o teu beijo
vamos reencontrar a mandala
e mudar a mobília da sala
retocar a parede amarela
libertar nossa cama da cela
o desejo se mata com a fome
a vontade, com persuasão
é alimento que não tem nome
é verdade que não tem razão
seu querer
abençoai meus pensamentos
e libertai as suas asas
guiai na dor e nos tormentos
abre os caminhos e as estradas
no tempo bom, manda a fartura
e no ruim, sua justiça
durante a entrega, a esperança
me desatina em meio a dança
e o coração, a seu comando,
ao centro do universo gira
que a natureza dos seus versos
me deixa entre o céu e a lua
e quem me guia nessa noite
é seu olhar
e quem me guia nessa noite
é seu querer
e libertai as suas asas
guiai na dor e nos tormentos
abre os caminhos e as estradas
no tempo bom, manda a fartura
e no ruim, sua justiça
durante a entrega, a esperança
me desatina em meio a dança
e o coração, a seu comando,
ao centro do universo gira
que a natureza dos seus versos
me deixa entre o céu e a lua
e quem me guia nessa noite
é seu olhar
e quem me guia nessa noite
é seu querer
cobrança
E vem deus reivindicar a sua parte,
tomar seu lugar,
assumir o seu posto.
Quanto a mim o que entregar
se ainda tenho a pedir,
a provar do seu gosto?
tomar seu lugar,
assumir o seu posto.
Quanto a mim o que entregar
se ainda tenho a pedir,
a provar do seu gosto?
14 de ago. de 2013
sua verdade
Antes do caráter, a intenção
Que se esconde atrás do espelho
Quando a teus pés, me ajoelho
Para entregar o que te cabe
E você finge que nada sabe
O que vê, disfarça o coração
Quantas regras tem a liberdade
Sonhos não são predeterminados
Só quando estamos lado a lado
É que vemos além da razão
O que resta é largar de mão
Cada um encontre sua verdade
Que se esconde atrás do espelho
Quando a teus pés, me ajoelho
Para entregar o que te cabe
E você finge que nada sabe
O que vê, disfarça o coração
Quantas regras tem a liberdade
Sonhos não são predeterminados
Só quando estamos lado a lado
É que vemos além da razão
O que resta é largar de mão
Cada um encontre sua verdade
ciranda da ilusão
onde foi parar o desejo,
onde foi parar o desejo,
o desejo doce da maçã?
te quero aqui do lado,
te quero aqui do lado,
te amar antes da manhã
a saudade não tem tamanho,
a saudade não tem tamanho,
onde foi bater teu coração?
quanto mais, eu tenho menos,
quanto mais, eu tenho menos,
a esperança é a última ilusão
onde foi parar o desejo,
o desejo doce da maçã?
te quero aqui do lado,
te quero aqui do lado,
te amar antes da manhã
a saudade não tem tamanho,
a saudade não tem tamanho,
onde foi bater teu coração?
quanto mais, eu tenho menos,
quanto mais, eu tenho menos,
a esperança é a última ilusão
13 de ago. de 2013
intenção
quando teimo em lembrar
você finge esquecer
então, me calo
as palavras não vão sucumbir
no deserto a voz ecoou
pensamento, ilusão e imagem,
dentro, a liberdade a me acender
fique atento com tuas questões
que o tempo não vai perecer
prenda o vento e solte o verbo
que o resto eu carrego na intuição
e celebre com o outro o prazer
deixe ele tocar tua mão
não se incline o sol da maldade
que reine a verdade em tua intenção
você finge esquecer
então, me calo
as palavras não vão sucumbir
no deserto a voz ecoou
pensamento, ilusão e imagem,
dentro, a liberdade a me acender
fique atento com tuas questões
que o tempo não vai perecer
prenda o vento e solte o verbo
que o resto eu carrego na intuição
e celebre com o outro o prazer
deixe ele tocar tua mão
não se incline o sol da maldade
que reine a verdade em tua intenção
cinzento
quero deixar essa mania
de esperar a luz do dia
até o céu mudar de cor
finjo que esqueci, faço de conta
feito cigarro, sou uma ponta
de teu prazer a se acabar
pra valorizar, falta empenho
como te dar, se nada tenho
a declarar sobre o amor
fico às metades, pelo meio
o que era belo ficou feio
o colorido acinzentou
de esperar a luz do dia
até o céu mudar de cor
finjo que esqueci, faço de conta
feito cigarro, sou uma ponta
de teu prazer a se acabar
pra valorizar, falta empenho
como te dar, se nada tenho
a declarar sobre o amor
fico às metades, pelo meio
o que era belo ficou feio
o colorido acinzentou
12 de ago. de 2013
Fardo leve
À imposição,
A fragilidade
No esconderijo,
Mora a vaidade
Bem atrás da pele
Diante do rosto
Infiltra no osso
Finge que não fere
Pra mim tanto faz
O teu mais ou menos
O que não tem preço
É que enquanto desço
Você nada sabe
E o que me falta
Nada, nada falta
A parte que te cabe
Se não te interessa
Será quem não presta
Falso é o fardo leve
A fragilidade
No esconderijo,
Mora a vaidade
Bem atrás da pele
Diante do rosto
Infiltra no osso
Finge que não fere
Pra mim tanto faz
O teu mais ou menos
O que não tem preço
É que enquanto desço
Você nada sabe
E o que me falta
Nada, nada falta
A parte que te cabe
Se não te interessa
Será quem não presta
Falso é o fardo leve
Desejo infiel da razão
Intuição que se despe, se forja de medo, se inventa e se veste de desilusão / É uma roupa dourada, meio amarelada, que deixo à vontade o corpo e o desgosto da indecisão / Minha fração de espera se ajunta, se vela, se esfria, degela, rumo ao coração / Não vou ferir o teu peito e nem tenho o direito que caiba o desejo infiel da razão /
Saudade
Onde há luz, há escuridão
Que maltrata o meu coração
É saudade da lua a brilhar
Que se esconde ao dia nascer
Feito o sol que aquece a manhã
O seu raio parece um prazer
Foi um sonho que não entendi
Um remorso que eu não senti
Tua ausência maltrata a razão
Quer na ideia ou na ilusão
A tarde me esperou, e daí
Meu poente chegou sem pedir
Se é pra chorar, vou chorar
Agora sorrir, eu não sei
O meu vício eu não sei resistir
Tua espera maltrata o porvir
Já me levantei sem pensar
Que me esqueci do café
Um cigarro aceso de pão
Uma saudade cheia de fé
Que maltrata o meu coração
É saudade da lua a brilhar
Que se esconde ao dia nascer
Feito o sol que aquece a manhã
O seu raio parece um prazer
Foi um sonho que não entendi
Um remorso que eu não senti
Tua ausência maltrata a razão
Quer na ideia ou na ilusão
A tarde me esperou, e daí
Meu poente chegou sem pedir
Se é pra chorar, vou chorar
Agora sorrir, eu não sei
O meu vício eu não sei resistir
Tua espera maltrata o porvir
Já me levantei sem pensar
Que me esqueci do café
Um cigarro aceso de pão
Uma saudade cheia de fé
9 de ago. de 2013
Conquista
Quando de quem se espera mais que amor
Espera-se também compreensão
Pois a felicidade não é prêmio
Que se conquista em troca por ser bom
Não é que eu seja tão subversivo
É o teu juízo que mede a verdade
Respeito, ele sim é a conquista
Maior que espera tanto a humanidade
Espera-se também compreensão
Pois a felicidade não é prêmio
Que se conquista em troca por ser bom
Não é que eu seja tão subversivo
É o teu juízo que mede a verdade
Respeito, ele sim é a conquista
Maior que espera tanto a humanidade
Conselho
As mãos abotoaram-se em versos
Que o pôr do sol sorriu do meu poente
Se tua ausência é causa da saudade
Espero a noite como se fosse dia
Não tem como se provar o eterno
Nem mesmo ao pensamento é possível
Enquanto isso experimento o sonho
Outra maneira igual a liberdade
Vou deixar ao abstrato esse conselho
Que o pôr do sol sorriu do meu poente
Se tua ausência é causa da saudade
Espero a noite como se fosse dia
Não tem como se provar o eterno
Nem mesmo ao pensamento é possível
Enquanto isso experimento o sonho
Outra maneira igual a liberdade
Vou deixar ao abstrato esse conselho
8 de ago. de 2013
Desarticulado
Ao entorno, o dentro
Ao descrente, intento
Ao inocente, o gesto
Aos amores, vento
Se apressado, lento
Se lhe tenho, empresto
Abra-me o futuro
Cubra-me o escuro
Cumpra-se o passado
Que o meu presente
Cessa brevemente
Desarticulado
Eis que de repente
O coração ressente
A solidão de lado
Ao descrente, intento
Ao inocente, o gesto
Aos amores, vento
Se apressado, lento
Se lhe tenho, empresto
Abra-me o futuro
Cubra-me o escuro
Cumpra-se o passado
Que o meu presente
Cessa brevemente
Desarticulado
Eis que de repente
O coração ressente
A solidão de lado
vaidade
o meu corpo
é asfalto
quente
desgastado
pelo calor
da amplidão
retalhado
em milhares
de pedaços
o coração
parece aço
a se derreter
corrompido
invasivo
sua opinião
é sua voz
queira ou
não queira
a vaidade
engana
a indecisão
é asfalto
quente
desgastado
pelo calor
da amplidão
retalhado
em milhares
de pedaços
o coração
parece aço
a se derreter
corrompido
invasivo
sua opinião
é sua voz
queira ou
não queira
a vaidade
engana
a indecisão
4 de ago. de 2013
Nossa canção
Mais um cigarro acende meu desejo
De expressar o que me causa medo
Te alcançar, talvez eu não consiga
Mas te querer, é fato, não tem jeito
Pra disfarçar, provoco o teu ciúme
Finjo sonhar, mas ainda nem dormi
É que a noite só me afasta de você
Milagre é sermos dois e sermos um
Não sei a direção, o rumo a seguir
Eu vou deixar pra lá nossa canção
Homem velho
Abandonar o homem velho
Pra isso, sucumbir o novo
Rever o ato que se esconde
Na busca incerta do desejo
Se não me falha a incerteza
O amanhã não me pertence
Pode até ser que não resista
Nem mesmo eu, quiçá o dia
O tempo, o espaço, a agonia
A tua glória ou meu fracasso
E vice-versa o que me importa
Se na memória eu te encontro
Pra isso, sucumbir o novo
Rever o ato que se esconde
Na busca incerta do desejo
Se não me falha a incerteza
O amanhã não me pertence
Pode até ser que não resista
Nem mesmo eu, quiçá o dia
O tempo, o espaço, a agonia
A tua glória ou meu fracasso
E vice-versa o que me importa
Se na memória eu te encontro
Lembrança
Em que grau da normalidade me encaixo
Sempre me espremo pra caber
Tua insanidade me acalenta nessa noite
É que a lembrança da morte me adveio...
Sempre me espremo pra caber
Tua insanidade me acalenta nessa noite
É que a lembrança da morte me adveio...
3 de ago. de 2013
Endêmico
o corpo ensolarado
o espírito lunático
quero um amor romântico
sádico,
cético,
cínico
ando assim meio dramático
o próximo
iludiu
insurgiu
dentro do imaginário
tóxico
drástico
físico
me escondo em teu cenário
cômico
autoral
endêmico
o espírito lunático
quero um amor romântico
sádico,
cético,
cínico
ando assim meio dramático
o próximo
iludiu
insurgiu
dentro do imaginário
tóxico
drástico
físico
me escondo em teu cenário
cômico
autoral
endêmico
Dono
Por detrás da saudade, o abandono
Cujo outrora era autor do meu desterro
Foi então que entendi qual é o erro
Descobri que o amor não tem um dono
Cujo outrora era autor do meu desterro
Foi então que entendi qual é o erro
Descobri que o amor não tem um dono
Assinar:
Postagens (Atom)
protesto
num tempo onde as tragédias são celebradas alguns tantos te querem triste, derrotado levante, sorria para o espelho, para a vida o teu sor...
-
Hoje acordei sem vontades E parecia o que não sou E quanto mais eu me esforçava Estava só O meu transtorno é bipolar Quando eu...
-
"Esforça-se mais quem tem menos" "O espelho só reflete o que de mim exibo" "A cada descoberta do espírito, o coraç...
-
A musicalidade e discrição da língua me impressionam às vezes. De um lado temos toda a hostilidade dos homens que insistem em te explicar ...