30 de abr. de 2015

fingir

minha
razão
forçada
a
fingir
não
sabe
mentir
assim

tua
saudade
aumenta
o sorriso
lento
que
sai
de
mim

vamos
tentar
de novo
contar
ao
povo
a nossa
união

quem 
sabe
então
o
vento
irá
soprar
noutra
direção

nos
traduzir
chorar
e
sorrir
não
cabem
no
coração

a cor do amor

a dor
é meu instrumento
de confissão
e


o sonhos 
são
atos de contrição

a vida
repõe
o medo
e
um dia
a morte
vem

pra entender
vai
ter
que
se
encontrar

igual
o
sal
a percorrer
tua língua

ou a semente
a
se
esconder
na terra

sou teu amor
ainda
que custe
a vida
inteira

nada fará
o mal em ti
se não o penetrares
em tua pele
ou
desferi-lo
em
tua boca

vamos
amanhecer
tranquilos
e
descobrir
a
cor
do
amor




27 de abr. de 2015

sou tua

agarra-me
como se eu fosse tua
e
me
insista
em
teus
braços

é que o futuro
não é o dono 
desse amor
senão
o
instante

que não sei
dosar
o elemento
que nos cabe
dentro
de
nós

a incerteza
desvairada
da cabeça

desejo
a
noite
como prêmio
de
nossas incursões
e em teus braços
vingue
o
abraço
promissor

sou
tua
meu amor

é o que
sinto
em tua ausência




em breve...


26 de abr. de 2015

amplidão

não me espere
esta
noite

não serei
o teu recado
que embrulhou
o meu desejo
amassado

não sou
teu cesto
nem teu
quadro

uma imagem
o teu espaço

sou a vontade
desmedida
a vaidade
em amplidão

se impor

feliz
ou
triste

o amargo
não vai mudar o seu sabor

a lua
não violará
tua saudade

o mar
vai corromper
sua amplidão

razão de ser
um sábio
é não apegar
o coração
ao fato
e nem
alienar
o pensamento
ao argumento

que a liberdade
tem um jeito
seu
de se mostrar
e a verdade
a sua forma
de se impor

medo de bater

um
rio
de águas escuras
fingem
amplidão
é a vida
e a morte
dentro
da
visão
o escuro
logo
numa prece
a
luz
se
tornando
aos poucos

o meu querer
é o meu amor
partindo sem dor
na profundidade
das sombras
do interior

moléculas
de
canção
abotoam a paz

dentro 
de mim
resta um coração
sem medo
de
bater

menos um

sinta-me
sem
sofrer

tenha-me
com
paixão

que vou partir
e você
levo
comigo

o teu prazer
a
tua
dor

se juntam aos meus
suores
dúvidas
e
risos

somos bem
mais
que 
menos
um



fato

é o avesso
da partida

é quando fujo
e me deparo
aqui
de
novo

sabedoria
a relação
galinha
ovo

o sentimento
ressentido 

uma angústia
a
dor
calada

uma saudade
desatando
o meu
vício

tua
metade
o meu pedaço

surgir
no meio
que o final
é
o
início

uma equação
que não resolve

uma emoção
que perde
o preço

ter um valor
é só uma ideia
do mercado

nossa cabeça
teve
o
lacre
violado

que é bom
saber

sem desistir

a vida
é pouca
ilusão
dentro do prato

é a vontade do respiro

a solidão
é o argumento
do meu
fato






motivos

e
o amor
foi o que ficou
e nada além
que
uma lágrima
se fez
sentir
era alegria
por cima da dor
total
entrega
por um instante de atenção
quando
os meus
pés
e
minhas mãos
eram alguns
de seus motivos

21 de abr. de 2015

cantiga de amor

na mesma cama
a mesma cena
contradizendo
o meu poema
o amor não esteve por aqui

tua ausência
é o meu drama
a solidão
a tua fama
o meu prazer
a
te
parir

só mesmo o ar
trazer de volta o respiro
que as manhãs
ficam sem graça
sem o teu riso
a tua
mão
a
me
moldar

fujo
e
só encontro com o perigo
sou mais teu joio
que teu trigo
o mal em mim
expele
a dor

a poesia
tem encanto
e nos meus
olhos
só o pranto
a soluçar
por
teu
amor



invento

vou
deitar-me
um pouco
para
acalmar
o
santo

que o tempo
é
nascido
e
criado
dentro da culpa

e a nossa cabeça
objeto
que tem uma forma
física
torna-se
capaz
de
criar 
subjetividade

não haverá 
invento
em qualquer
parte
do
universo
maior
que
isso



19 de abr. de 2015

falta

quem
não
faz
falta
é
substituível


feliz ou triste

duvida
de
mim

palavras
entrelinhas
sentimentos

divida
o
pão
comigo
ou
nada
feito

somos metade ingênua da paixão
desafiando
deus
e
a
criação

pra tudo tem um jeito
temos todo o direito
feliz
ou
triste
um dia
a morte
vem


ameaça

não
me
venha
ameaçar
o
meu
destino
a
julgar
meu desatino
condenar
minhas verdades

não
sou fruto
da opinião
alheia
mas
da 
liberdade

de
sentir
e
mudar
o pensamento


ser feliz
ou 
triste

desista!

nem tudo
tem
explicação

sentido
pra
qual
direção
?






cego de medo

permita-se
pensar
e
encontrarás
a sorte
e
pouco
vai
valer
a morte

você
é

que 
pensa
ateu
ou
crente

e
muito
ou
pouco

que 
você
quer

virá de fora
o teu sentimento?

quem mesmo
é
você

me diga
por favor

a esperança
oprimiu
o desejo
e ser feliz
porém
cego 
de 
medo

a morte há de chegar

diferentemente
iguais

e cada um
a defender
sua parcela 
de ar

quando o tempo
retornar
ao
útero
de
deus,
enfim,
a morte
há de chegar


decidir

aprendi
que
não sei escolher
para
então
ensinar-me
a
decidir


ser um só

a dúvida
deixa
o
homem
a
um 
passo
da
verdade

e
desistir

é
uma
escolha

tarde
demais...

que se cumpra
em
ti
o poder
de ser
um

ser feliz

ser feliz
só 
se
for
agora

que a tristeza
não marca
a hora
de
chegar


mais um pouquinho

parir
essa emoção
num
instante
de
carinho

tuas mãos chegam
bem perto
das minhas necessidades
mais comuns
e intensas

que para me entregar
falta
só 
mais
um
pouquinho


tua liberdade

tua
liberdade
é
o
teu
castigo

carregas
uma podridão
nos ombros

a festa vai
parar
no fim do dia

e
à noite
vão
te
conduzir
os
sonhos

teu fim

o
que
tem
de
você
em
cristo


que
tem
de
você
em
mim

em
você
não
sou
eu
que
vivo

meu
começo
será
o
teu
fim


arte de refletir

que
seja 
livre
o pensamento

o que
seria
da
tua fé
não
fosse
a
arte
de
refletir


perdidos no tempo

somos
historicamente
perdidos
no
tempo
da imagem
e
da
imaginação

projeto humano

a transgressão
do projeto
humano
foi um descaso
da
inveja
divina

urano 
e
gaia
copulavam a morte
pra gerar
o tempo

eis o poder
do sol e da lua
do ar
e das águas
da
terra e do fogo

e não é só vaidade
tem mais
um punhado de desejos
uns
ocultos
outros
nem
tanto



deus

não
julgue
o
meu
deus
a
partir
do
seu

o novo

não dá
pra crer
numa fé
maniqueísta
travestida
de
liberdade

vamos reinventar
o novo
homem


consequentemente
o
novo
deus


coração teimoso

agora
já não cabe mais ninguém

você chegou

no seu lugar
não
tem
ninguém
para
ocupar
porém
você
não
vai
entrar
pra
novamente
machucar
meu
coração
teimoso

joão josé

toda
a
pra comer
no almoço

joão
josé
cabem no meu
bolso

sei de nada
juntos somos mais
que
as palavras
não traduzem
o
nosso
jeito 
de trair
a
ideia


o que eu posso sentir

defendo-me
com meu verso
infiel

me envolvo
com teu sexo
casual

me estrago
e
me enveneno
de
ciúme

e deixo um recado
na parede

tua pele
tem um gosto
que eu
gosto

tua boca
um
sabor
irresistível

e agora o que fazer

novamente
espero

já foi um desespero
antigamente

deus jamais
vai trair
a
sua humanidade
sou dele
o
que 
eu
posso sentir




poder moral

o capital
e

propriedade
deram
ao homem
o
poder
moral
de
decidir
sobre
o bem 
e
o mal


dúvida

cuidado
com os perigos
da
tua


lembre-se
que esta é 
demasiadamente
tua

não se dê por vencido
nem abasteça o teu cantil
com águas desconhecidas

seja eternamente
atento

redescubra
a incerteza
do
amor
e

perdão
da
dúvida


superfaturado

vivo a ganância
de
um
amor
superfaturado

é
que terceirizei
as paixões
e liquidei
o
meu
produto
interno
corrompendo-me
por umas migalhas
de
afeto

a vaidade
vai mexer
no bolso esquerdo
e
atingir
em
cheio
os rumos
da inflação

é que lá
mora um credor
que causa medo
na sua
mente
quem 
comanda
é o coração



18 de abr. de 2015

criança

quando criança
éramos
nós
somente
que hoje
não podemos
subtraí-la
de
nossos
pensamentos
mais
peraltas

o menino

cresceu


arte do verso

poeta,
morre nunca,
se
versa
nas entrelinhas cósmicas 
perambulando
o eterno dos sonhos

andor
da
arte
do verso

mania de sorrir

desate
as amarras
do teu coração

se
novamente
não
o
traia

com 
medidas
alheias
dissabores
da escolha
pormenores
da
falta

seja fiel
aos teus 
dramas
e
não
invente
outra forma
de pensar
que 
desrespeite
o teu
penar
e
a
tua
mania
de
sorrir


do que somos

A racionalidade não garantiu uma ruptura com as aspirações do homem externas a ele. Afinal, o que seria do respiro, não fosse o ar? Talvez nos moldaria deus de uma outra maneira. 
Agora, o que é prerrogativa de um conhecimento puro? A definição do que somos perpassa a definição de como pensamos. Então, o conceito de verdade deveria ser algo inerente ao homem que pensa, não uma imposição da linguagem  travestida de uma roupagem meramente moral. A regulação só poderia ser algo do homem para ele, não uma subordinação ao ego de deus. Desde os mitos, fica claro que deuses imitam sentimentos humanos, seja na forma mais fundamentalista até nas mais liberais e ditas renovadoras.


16 de abr. de 2015

amado

tem
nada não
tem
nada não
é crueldade
do tamanho
da paixão
um desespero,
quem
comanda
o coração?
é a vaidade 
corrompida
um dissabor
será a vida
o teu prazer
e a
minha dor
um tom de
rua
sem cautela
sem orgulho
serve
na esquina
na escada
no escuro
a sua cor
é de um tom
avermelhado
nada me
vale
a liberdade
se obrigado
a não
amar
quando
o
amor
não
é
amado




sonho e eternidade

num sonho
ganhei a eternidade
que
andava perdida nos meus julgamentos

era a bondade
que eu não tinha escolhido
o amor
que eu teimava em sentir
embora você não entendesse

e agora,
a moeda de troca
é o puro sentimento
que ficou à beira de uma arma apontada na testa

te amo
mais que a eternidade de um sonho


monopólio

desaliena
a
tua fé 
que
deus
todo o poder
vai entregar
em tuas
mãos 

o amor
não é 
um monopólio 
da
crença

que
nem
mesmo
deus
ousaria
administrá-lo

14 de abr. de 2015

inteira

te
curtir
ou
descurtir
num

segundo

é que o amor
tem dessas coisas
sentimento
escondido
sob
a
pele

a repelir
carícias

passo a mão
em teu
rosto
sobre
a
tela
micro
na
confusão
primeira

do teu
sorriso

imagem
companheira

é o meu
vício

sou
tua
por
inteira

imortal

liberdade
aos 
teus
grilhões
e
correntes

numerosamente
somos
todos
um

vou cobrar
de quem me deve
persistente

venha
pra somar

não
pra
dividir

eu só quero
o
que
me cabe
de
você

e nada
mais
é
só um tempo

que esse
amor
um
dia vira
o meu
vício

uma arma
apontada
na
cabeça

é um risco
te
perder

tua ausência
a
se
perder
na consciência

vida
vai determinar
seu reinício

relembrar
um sentimento
imortal




13 de abr. de 2015

água doce

só mesmo você
vir a saber
como estou

poucos
sabem

e os rios
vão se esgotando
e
pouco a pouco
se 
acaba
a água
doce

e o verso
silencia
as
palavras
matando
o
homem
de
sede

espero
sedento
o
canto
das nuvens
a
inundar
os meus ouvidos
com seus mandos



invólucro

diagrame bem seu invólucro
que se decida o coração
derreta a máscara e o rótulo
faça de si mesmo a missão
que determina o duvidoso
não se engana com o novo
nem se divide além da conta

aonde foi parar o laço?
na confusão que deixa rastro
na indecisão de suas pontas

12 de abr. de 2015

utopia

utopia
dizer que te amo

desafio
a verdade
e o engano

para te satisfazer
no
meu
espaço

que o pêndulo
que oscila
são teus passos
a cruzarem
com os meus
desembaraços

vamos
arrumar a cama
e limparmo-nos
de nós

que a fé
não precisa
de argumentos
nem a felicidade
do poder

um

quando
a possibilidade
é o fim
do amor
as palavras se estragam
ao serem ditas
pra
renascer
só aprendendo
a morrer
depois
que a dor chegar
inóspita
e
sem
luz

a esperança
vai
saltar
de tua caixa

somos 
nomos
monos
um



5 de abr. de 2015

noutros colos

vou concebendo
graças
pelo caminho

em meu ventre
uma flor
invertida
compõe
outra
vida

visão
de amor
se despede
da água
para enfrentar
a sua
falta

troco a fome
por qualquer
moeda
que  
vou
comprar
novamente
noutros
colos
o
amor






4 de abr. de 2015

culpa

juro
eu vou mudar
deixar as águas
inundarem
a minha ilha

não quero
inexistir
levando
a
culpa
por
ter
somente
tentado
sentir




3 de abr. de 2015

fantasma

vida
e
morte

deus
equidistante

recordações
presentes

alegoria
fantasma
da
existência

o sonho?

outro
cigarro
toma a minha poesia
que
o
verso
é a fumaça que sai do meu rosto
a invadir
todo
o quarto

um pensamento
é o suficiente
para
apagar
o brilho das estrelas
e encurtar a saudade

vou
abandonar a culpa
e a liberdade
e assumir
louco
a
prisão

que deus já não consegue
ser o bastante

e não me cobrem
vossa
verdade

que a minha vaidade
anda
às soltas

difícil
vida
fácil
que
me ganham todos os holofotes
e o que fica
para a eternidade,

sonho?


1 de abr. de 2015

nu

nu
e
um

me torce o jeito
feito um emaranhado
de incertezas
derramadas
nesse chão

tenho
um

desse desejo
que não consegue
sair
do
papel

se entrega
tão fácil
às falácias
de um amor
qualquer

e você pra mim é muito
que não te alcançam
minhas
intenções
mais
raras
e
densamente
leves

só mesmo um sonho

uma menina
solta na imensidão
dos sonhos
a procurar o sabor
doce
da adivinhação

só sabia
de si
e do vestido azul
da cor do mar
que a envolvia

voavam pelos ares
um
a
um
os desejos mais sutis
e aberrantes
da pequena

era sabedoria
escondida
na inocência
que cura
as já
dilaceradas
porções
de desencantos

que a vida
é
um ponto
de interrogação
e
só mesmo
um sonho
é
capaz
de
responder






protesto

  num tempo onde as tragédias são celebradas alguns tantos te querem triste, derrotado levante, sorria para o espelho, para a vida o teu sor...